“Tempo livre” e “tempo do trabalho”: a dissolução das fronteiras temporais

Autores

  • Maria de Fátima Vieira Severiano Universidade Federal do Ceará (Brasil)
  • José Luis Álvaro Estramiana Universidad Complutense

Resumo

A passagem de uma sociedade do trabalho, centrada em uma ética produtivista, dá lugar a uma sociedade do consumo, hedonista, na qual o tempo livre é consumido como mais uma mercadoria, instrumentalizada pela Indústria Cultural (Adorno). Neste artigo, se defende a tese de que a atual proeminência do tempo livre sobre o tempo do trabalho, somente ocorre porque este se tornou um tempo de produção, viabilizado pelas novas tecnologias, pela indústria cultural e pelo consumo. As categorias analíticas de ambas temporalidades se tornam cada vez mais indistinguíveis, num sistema social e econômico em que predominam a uniformização de um tempo enquanto subproduto da mercantilização. A partir da crítica da cultura frankfurteana e dos conceitos sociológicos de Bauman (sociedade líquida) e Sennett (flexitempo) este artigo analisa as estratégias de invasão do tempo livre pelo trabalho, interpretados não mais como dois polos antitéticos, mas submetidos à mesma lógica produtivista do capitalismo tardio.

Palavras-chave

Tempo de trabalho, Tempo livre, Sociedade de consumo, Industria cultural

Biografia do Autor

José Luis Álvaro Estramiana, Universidad Complutense

Catedrático de Psicología Social. Departamento de Psicología Social. Facultad de Ciencias Políticas y Sociología

Publicado

30-11-2012

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