Ocupación antirracista y decolonial del espacio psicoanalítico
Resumen
O objetivo do presente artigo é descentralizar o texto de Jacques Lacan a partir de uma geopolítica que pretende se fazer interpretante, uma vez que o autor acentua a importância de o analista visar, no horizonte de sua práxis, a subjetividade de sua época. Parte-se de uma posição na qual o analista não é neutro frente às tendências racistas e ao modo como o discurso dominante de uma época incide sobre o inconsciente. Em um contexto historicamente marcado pela abolição tardia da escravidão, encarceramento e genocídio da população negra e diversas práticas segregativas, como no caso brasileiro, é premente tomar o racismo como uma categoria sob o olhar da psicanálise em seu campo clínico e político, ao lado das demais disciplinas sociais. Pretendemos, assim, identificar algumas premissas para iniciar a desmontagem dos artefatos teóricos dominantes e seguir em direção a um novo arcabouço epistêmico, fundamentando uma prática clínica antirracista.
Palabras clave
Psicanálise, Racismo, Decolonização, OcupaçãoCitas
Almeida. Silvio L. de (2019). Racismo Estrutural. Pólen Livros.
Ayouch, Thamy (2019). Psicanálise e Hibridez, Gênero, Colonialidade e Subjetiva-ções. Calligraphie Editora
Ballestrin, Luciana (2013). América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, 11, 89-117. https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004
Bernardino-Costa, Joaze; Maldonado-Torres, Nelson, & Grosfoguel, Ramón (Org.) (2019). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Autêntica.
Bhabha, Homi K. (1994/2013). O local da cultura. Editora UFMG.
Braga, Ana P. M. (2016). Os muitos nomes de Silvana: contribuições clínico-políticas da psicanálise sobre mulheres negras. Tese de Doutorado inédita, Univer-sidade de São Paulo. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-10052016-104955/publico/braga_corrigida.pdf
Cardoso, Lourenço (2010). Branquitude acrítica e crítica: A supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juven-tud, 8(1), 607-630. http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1692-715X2010000100028&lng=en&tlng=pt
Danto, Elisabeth Ann (2018). As clínicas públicas de Freud: Psicanálise e Justiça So-cial. Perspectiva.
Dussel, Enrique (1992/1993). 1492: o encobrimento do outro. A origem do “mito da modernidade”. Editora Vozes.
Fanon, Frantz (1952/2008). Pele negra, máscaras brancas. EDUFBA.
Frankenberg, Ruth (1993). The social construction of Whiteness: White women, race matters. University of Minnesota Press.
Freud, Sigmund (1913/1996). Sobre o início do tratamento (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise I) (J. Salomão, Trad.). In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 12, pp. 139-158). Ima-go.
Freud, Sigmund (1919 [1918]/1976). Linhas de progresso na terapia psicanalítica (J. Salomão, Trad.). In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. 17, pp. 197-211). Imago.
Freud, Sigmund (1921/1996). Psicologia de grupo e análise do eu. In Obras comple-ta (Vol. 18, pp.43-90). Imago.
Gonzalez, Lélia, & Hasenbalg, Carlos (1982). Lugar de negro. Marco Zero.
Gonzalez, Lélia (1984). Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje. Anpocs.
Grosfoguel, Ramón (2008). Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, 115-147.
Grosfoguel, Ramón (2016). A estrutura do conhecimento nas universidades ocidenta-lizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, 31(1), 25-49. https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100003
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101681_informativo.pdf
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2021). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral. https://sidra.ibge.gov.br/tabela/6403#resultado
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada & Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2019). Atlas da violência 2019. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada & Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2020). Atlas da violência 2020. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/24/atlas-da-violencia-2020
Kilomba, Grada (2008). Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Cobogá.
Kon, Noemi M.; Abud, Cristiane C., & Silva, Maria L. da (Org.) (2017). O racismo e o negro no Brasil: questões para a psicanálise. Perspectiva.
Lacan, Jacques (1953/1998). Escritos. Jorge Zahar Editor.
Lacan, Jacques (1967). O seminário, livro 14: a lógica do fantasma (1966-1967). Sessão de 10 maio 1967 (manuscrito inédito).
Lacan, Jacques (1969-1970/1992). O Seminário, livro 17: o avesso da psicanálise (A. Roitman, & A. Quinet Trads.). Jorge Zahar.
Lacan, Jacques (1972/2003). O aturdito. In Outros escritos (pp. 448-497). Jorge Zahar.
Lacan, Jacques (1991/1993). Televisão. Jorge Zahar Editor.
Laurent, Éric (2014). O Racismo 2.0. Lacan Quotidien, 371, 1-1. http://ampblog2006.blogspot.com.br/2014/02/lacan-cotidiano-n-371-portugues.html
Mbembe, Achille (2013). Crítica da Razão Negra (2. ed.). N-1 Edições.
Mbembe, Achille (2018). Necropolítica. N-1 Edições.
Mignolo, Walter (2003). Historias locales/disenos globales: colonialidad, conocimi-entos subalternos y pensamiento fronterizo. Akal.
Mignolo, Walter (2010). Desobediencia epistémica: retórica de la modernidad, lógica de la colonialidad y gramática de la descolonialidad. Ediciones del signo.
Miller, Jacques-Alain (2021). Racismo e extimidade. Derivas analíticas, 16. http://revistaderivasanaliticas.com.br/index.php/accordion-a-2/o-entredois-ou-o-espaco-do-sujeito
Ministério da Saúde (2013). Política Nacional de Saúde Integral da População Ne-gra: uma política para o SUS (3. ed.). Secretaria de Gestão Estratégica e Partici-pativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_populacao_negra_3d.pdf
Ministério da Saúde (2017). Política Nacional de Saúde Integral da População Ne-gra: uma política para o SUS (2. ed.). Secretaria de Gestão Estratégica e Partici-pativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_integral_populacao.pdf
Moreira, Adilson (2019). Racismo Recreativo. Editora Jandaíra.
Morrison, Toni (1992). Playing in the Dark: Whiteness and the Literary Imagination. Harvard University Press. https://doi.org/10.4159/9780674251656-004
Mouffe, Chantal (2005). Por um Modelo Agonístico de Democracia. Revista de Socio-logia e Política, 0(25). 11-23 https://revistas.ufpr.br/rsp/article/view/7071
Nogueira, Isildinha B. (2017). Cor e Inconsciente. In Noemi M. Kon, Cristiane C. Abud, & Maria L. da Silva (Org.), O racismo e o negro no Brasil: questões para a psicanálise (pp. 121-126). Perspectiva.
Quijano, Aníbal (2000). Colonialidad del Poder, Eurocentrismo y América Latina. In Edgardo Lander (Org.), Colonialidad del Saber, Eurocentrismo y Ciencias Sociales (pp.107-130). Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO).
Ribeiro, Cristiane (2020). Tornar-se negro, devir sujeito: uma investigação psicana-lítica acerca das reverberações clínicas e políticas do racismo. Dissertação de Mestrado inédita, Universidade Federal de Minas Gerais.
Said, Edward W. (2011). Cultura e Imperialismo. Companhia das Letras.
Santos, Boaventura de Sousa (2007). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. https://doi.org/10.4000/rccs.753
Souza, Neusa S. (1983/2019). Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do ne-gro brasileiro em ascenção social. LeBooks
Souza, Neusa S. (1991/1999). A psicose: Um Estudo Lacaniano. Revinter
Schucman, Lia V. (2012). Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: ra-ça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. Tese de Doutora-do inédita, Universidade de São Paulo. https://doi.org/10.11606/T.47.2012.tde-21052012-154521
Wallerstein, Immanuel (1974). The Modern World System. Academic Press.
Wallerstein, Immanuel (2004). World-System Analysis. Duke University Press.
Publicado
Descargas
Derechos de autor 2022 Andréa Maris Campos Guerra, Fábio Santos Bispo, Cristiane da Silva Ribeiro, Enrico Martins Poletti Jorge, Marcela Fernanda de Souza, Renata Lucindo Ferreira Mendonça, Sonia Rodrigues da Penha, Tayná Celen, Nayara Paulina Fernandes Rosa

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.