Pomba-giras: contribuições para afrocentrar a Psicologia
Resumo
O manuscrito apresenta os resultados parciais de uma pesquisa mais ampla que vem sen-do realizada em terreiros de Candomblé e Umbanda, recuperando aqui, sobretudo, a pomba-gira, uma das entidades presentes nos cultos afrobrasileiros do Candomblé e da Umbanda. As leituras afrocentradas não se consolidaram enquanto perspectiva epistemo-lógica na Psicologia, por questionarem a supremacia branca e sua lógica colonialista, colo-cando em xeque a universalidade da experiência psicológica.Palavras-chave
Religião, África, Afrocentricidade, PsicologiaReferências
Asante, Molefi Kete (2009). Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: Elisa Larkin Nascimento (Org.), Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora, 4 (pp. 93-11). São Paulo: Selo Negro.
Asante, Molefi Kete (2016) Afrocentricidade como Crítica do Paradigma Hegemônico Ocidental: Introdução a uma Ideia. Ensaios Filosóficos, 14, 9-18.
Augras, Monique (2006). De Yiá Mi a Pomba Gira: Transformações e Símbolos da Libido. In: Carlos Eugenio Marcondes de Moura (Org.), Candomblé: religião do corpo e da alma. Tipos psicológicos nas religiões afro-brasileiras (pp. 17-44). Rio de Janeiro: Pallas.
Barbosa, Marielle Kellermann & Bairrão, José Francisco Miguel Henriques (2008). Análise do Movimento em Ritmos Umbandistas. Psicologia, Teoria e Pesquisa, 24(2), 225-233. https://doi.org/10.1590/s0102-37722008000200013
Barros, José Flávio Pessoa de & Teixeira, Maria Lina Leão (2006). Código do corpo: Inscrições e marcas dos orixás. In: Carlos Eugenio Marcondes de Moura (Org.), Candomblé: religião do corpo e da alma: tipos psicológicos nas religiões afro-brasileiras (pp. 103-138). Rio de Janeiro: Pallas.
Barros, Mariana Leal de (2010). “Labareda, teu nome é mulher”: análise etnopsicológica do feminino à luz de pombagiras. Tese de Doutorado inédita, Universidade de São Paulo.
Bairrão, José Francisco Miguel Henriques (2002). Subterrâneos da submissão: sentidos do mal no imaginário umbandista. Memorandum: Memória e História em Psicologia, 2, 55-67.
Bensusan, Hilan (2017). Linhas de animismo futuro. Brasília: Editora IEB mil folhas.
Bernardino-Costa, Joaze & Grosfoguel, Ramón. (2016). Decolonialidade e perspectiva negra.Sociedade e Estado,31(1), 15-24. https://doi.org/10.1590/S0102-69922016000100002
Bernardo, Terezinha (2003). Negras, mulheres e mães: lembranças de Olga de Alaketu. São Paulo: EDUC; Rio de Janeiro: Pallas.
Birman, Patrícia (1991). Relações de Gênero, Possessão e Sexualidade. Physis- Revista de Saúde Coletiva, 1(2), 37-57. https://doi.org/10.1590/s0103-73311991000200003
Capone, Stefania (2004). A busca da África no candomblé – tradição e poder no Brasil (Trad. Procópio Abreu). Rio de Janeiro: Pallas.
Carneiro, Sueli & Cury, Cristiane (2008). O poder feminino no culto aos orixás. In: Elisa Larkin Nascimento (Org.), Guerreiras de natureza: Mulher negra, religiosidade e ambiente, 3 (pp. 117-144). São Paulo: Selo Negro.
Diop, Cheikh Anta (2014). A unidade cultural da África Negra: Esferas do patriarcado e do matriarcado na antiguidade clássica. Luanda-Angola: Mulemba, Serra da Amoreira-Portugal: Pedago LTDA.
Diop, Cheikh Anta (1959/1990). A Unidade Cultural da Africa Negra. Chicago: Third World Press.
Dove, Nah (1998). Mulherisma Africana: Uma teoria afrocêntrica. Jornal de Estudos Negros, 28 (5), 1-26.
Fanon, Frantz (2008). Pele negra, máscaras brancas (Trad. de Renato da Silveira). Salvador-BA: EDUFBA.
Federici, Silvia (2004). Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva (Trad. do Coletivo Sycorax). São Paulo: Ed. Elefante.
Guimarães, Rafael Siqueira (2017). Por uma Psicologia decolonial: (des) localizando conceitos. In: Emerson Fernando Rasera, Maristela de Souza Pereira e Dolores Galindo (Orgs.), Democracia participativa, estado e laicidade: psicologia social e enfrentamentos em tempos de exceção. Porto Alegre: ABRAPSO.
Gomes, Regina Augustta (2008). Dicionário Yorubá/Português (5ª Ed). Ciudad de México: Editorial
Grosfoguel, Ramon (2013). Racismo / sexismo epistémico, secretos occidentalizadas e los cuatro genocidios / epistemicidios del largo siglo XVI. Tabula Rasa, 19, 31-58.
Landes, Ruth (1967). A Cidade das Mulheres. Rio de Janeiro: Ed. da UFRJ.
Lépine, Claude (2006). Os estereótipos da personalidade no candomblé nagô. In: Carlos Eugenio Mercedes de Moura (Org.), Candomblé: Religião do corpo e da alma – Tipos psicológicos nas religiões afrobrasileiras (pp. 139-163). Rio de Janeiro: Pallas.
Marques, Lucas (2018). Fazendo orixás: sobre o modo de existência das coisas no candomblé. Religião & Sociedade, 38(2), 221-243. https://doi.org/10.1590/0100-85872018v38n2cap08
Meyer, Marlyse (1993). Maria Padilha e toda sua quadrilha? São Paulo: Duas Cidades.
Mignolo, Walter & Escobar, Arturo (2013). Globalization and Decolonial option. London: Routledge.
Nascimento, Adriano Roberto Afonso do; Souza, Lídio de & Trindade, Zeidi Araújo (2001). Exus e Pombas-Giras: o masculino e o feminino nos pontos cantados de Umbanda. Psicologia em Estudo, 6(2), 107-113. https://doi.org/10.1590/S1413-73722001000200015
Nobles, W. Wade (2009). Sakhu Sheti: retomando e reapropriando um foco psicológico afrocentrado. In: Elisa Larkin Nascimento (Org.), Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora, 4, (pp. 277-297). São Paulo: Selo Negro.
Nogueira, Simone Gibran & Guzzo, Raquel Souza Lobo (2016). Psicologia Africana: diálogos com o Sul Global. Revista Brasileira de Estudos Africanos, 1(2), 197-218. https://doi.org/10.22456/2448-3923.66828
Oliveira, Eduardo David de (2012). Filosofia da Ancestralidade como Filosofia Africana: educação e cultura afro-brasileira. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação, 18, 28-47. https://doi.org/10.26512/resafe.v0i18.4456
Oyewùmí, Oyèrónké (2004). Conceptualizing gender: the Eurocentric foundations of feminist concepts and the Challenge of African Epistemologies. African Gender Scholarship: Concepts, Methodologies and Paradigms. Codesria Gender Series, 1, 1-8
Prandi, Reginaldo (1996). Herdeiras do Axé. São Paulo: Hucitec.
Quijano, Aníbal (2005). Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In Edgardo Lander (Org.), A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (pp. 227-272). Buenos Aires. CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciências Sociales.
Ribeiro, Ronilda Iyakemi (1996). A alma africana no Brasil: os Iorubás. São Paulo: Oduduwa.
Rocha, Carolina (2015). O Sabá do Sertão: Feiticeiras, Demônios e Jesuítas no Piauí Colonial (1750-1758). Jundiaí-SP: Paço Editorial.
Sangirardi, Júnior (1988). Deuses da África e do Brasil: Candomblé & Umbanda. Rio de Janeiro-RJ: Civilização Brasileira.
Santos, Valdineia Oliveira dos (2012). Mulher de Casa e de candomblé. Revista África e Africanidades, 4, 16-17.
Segato, Rita Laura (2006). Inventando a Natureza: família, sexo e gênero no Xangô de Recife. In: Carlos Eugenio Mercedes de Moura (Org.), Candomblé: religião do corpo e da alma: tipos psicológicos nas religiões afro-brasileiras (pp. 35-49) Rio de Janeiro: Pallas.
Silva, Maristela & Santanna, Marilda (2015). Religiosidade africana no trato do sofrimento psíquico: contribuições para uma psicologia afrocentrada no brasil. Interfaces Científicas - Humanas e Sociais, 4, 121-129. https://doi.org/10.17564/2316-3801.2015v4n2p121-129
Schucman, Lia Vainer. (2014). Sim, nós somos racistas: estudo psicossocial da branquitude paulistana. Psicologia & Sociedade, 26(1), 83-94. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822014000100010
Teixeira Neto, Antônio Alves (s/d). A Magia e os Encantos da Pomba-Gira. Rio de Janeiro-RJ: Eco.
Theodoro, Helena (2008). Religiões Afro-Brasileiras. In: Elisa Larkin Nascimento (Org.), Guerreiras de natureza: Mulher negra, religiosidade e ambiente, 3. São Paulo: Selo Negro.
Publicado
Downloads
Copyright (c) 2019 Dolores Galindo, Heloísa Carvalho, Mariana Lopes
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.