Quaderns de Psicologia | 2025, Vol. 27, Nro. 2, e2153 | ISSN: 0211-3481 |

https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.2153

Fenômeno do impostor e saúde psicológica: uma revisão sistemática

Imposter Phenomenon and Psychological Health: A Systematic Review

Ana Karla Silva Soares
Rafaela Teodoro Alves

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

José Ángel Vera Noriega

Universidad de Sonora

Alberto Mesaque Martins

Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz Minas

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar os principais achados sobre a relação entre o fenômeno do impostor e a saúde psicológica por meio de uma revisão sistemática da literatura. Foi realizada uma busca nas bases de dados SciELO, PsycINFO, PubMed, IndexPsi e PePSIC (junho a julho de 2023), utilizando os descritores “fenômeno do impostor” e “saúde psicológica”. A busca identificou 556 artigos, os quais foram submetidos a critérios de elegibilidade, resultando em 54 estudos selecionados para análise. As pesquisas mostraram uma predominância de amostras compostas por estudantes e no contexto internacional. Em relação às variáveis de saúde psicológica, foram identificados 22 construtos que se relacionam de forma positiva, negativa ou como preditores do fenômeno do impostor. Os resultados evidenciaram a complexa interação entre o impostorismo e a saúde psicológica, além de lacunas amostrais e contextuais, destacando a necessidade de pesquisas que investiguem esses construtos ao longo do desenvolvimento humano e no contexto nacional.

Palavras-chave: Fenômeno do impostor; Saúde; Saúde mental; Revisão sistemática

Abstract

This study aims to analyze the main findings on the relationship between the impostor phenomenon and psychological health through a systematic literature review. A search was conducted in the SciELO, PsycINFO, PubMed, IndexPsi, and PePSIC databases (June to July 2023), using the descriptors “impostor phenomenon” and “psychological health.” The search identified 556 articles, which were subjected to eligibility criteria, resulting in 54 studies selected for analysis. The research showed a predominance of samples consisting of students and in the international context. Regarding psychological health variables, 22 constructs were identified that relate positively, negatively, or as predictors of the impostor phenomenon. The results highlighted the intricate interaction between impostorism and psychological health, as well as sample and contextual gaps, emphasizing the need for studies that investigate these constructs throughout human development and within the national context.

Keywords: Impostor phenomenon; Health; Mental health; Systematic review

Introdução

O fenômeno impostor, embora não seja considerado uma doença ou enquadrado em manuais diagnósticos, é uma realidade complexa e debilitante que afeta indivíduos em uma ampla variedade de cenários (Cisco, 2020; Harvey, 1981). Originalmente identificado no contexto clínico e sendo vivenciado por mulheres bem-sucedidas, esse fenômeno dá origem a uma constante dúvida sobre as próprias conquistas e habilidades (Clance e Imes, 1978).

Para indivíduos que vivenciam o fenômeno do impostor, suas realizações são justificadas por fatores externos, como sorte, circunstâncias favoráveis, ou uma qualidade interna temporária, atribuindo a autoria de suas conquistas a elementos que não sejam suas habilidades pessoais genuínas, sua própria inteligência e capacidade e, assim, fortalecendo a crença de que são impostores (Clance e Imes, 1978).

Essa falha na internalização do sucesso pode resultar em prejuízos na saúde psicológica (Sullivan e Ryba, 2020), e acomete desde estudantes até profissionais de sucesso (Cisco, 2020; Harvey, 1981). Dena Bravata et al., (2020), indicaram uma alta variabilidade na prevalência do fenômeno, entre 9 e 82% nos estudos revisados em nove países, isso transforma o fenômeno do impostor em uma experiência que transcende limites demográficos e contextos profissionais, atingindo uma ampla parcela da população (Ares, 2018; Hutchins e Rainbolt, 2017; Kamarzarrin et al., 2013).

Em grupos minoritários, a discriminação racial se apresenta como um preditor do fenômeno impostor (Bravata et al., 2020), se relaciona significativamente com a presença de sintomas depressivos e ansiosos e impacta negativamente o bem-estar psicológico desses indivíduos. O fato de que a experiência do impostorismo atinge a sociedade de uma maneira geral e pode gerar consequências negativas para os sujeitos ilustra a necessidade de compreender seus efeitos e suas relações com outras variáveis da saúde mental.

As variáveis de saúde psicológica, aqui compreendidas em seu sentido amplo, englobam aspectos ou fatores que se relacionam e influenciam o bem-estar dos indivíduos. Introduzido por Ed Diener (1984), o bem-estar subjetivo (BES) contempla a percepção individual dos sujeitos a respeito da avaliação geral da satisfação com a vida e suas reações afetivas positivas e negativas (Soares, Barbosa et al., 2021).

Caracterizado como uma constituição complexa, o BES reflete os domínios físico, financeiro, social, hedônino e eudaimônico, que funcionam para a manutenção de uma sensação geral de bem-estar (Lui e Fernando, 2018). Embora distintos, esses dois construtos estão interligados, uma vez que o fenômeno impostor pode influenciar negativamente a saúde mental de um indivíduo.

Na literatura, identificam-se estudos que conectam o impostorismo a diversas variáveis de saúde psicológica (September et al., 2001; Sullivan e Ryba, 2020). Pauline Clance e Suzanne Imes (1978) ressaltam que indivíduos que se identificam com esse fenômeno frequentemente experimentam altos níveis de ansiedade generalizada (Kananifar et al., 2015), baixa autoestima (Neureiter e Traut-Mattausch, 2016) e depressão (Leonhardt et al., 2017).

Tendo em vista a complexidade do fenômeno do impostor e de suas conexões com múltiplas variáveis que contemplam a saúde psicológica, observou-se a necessidade de compreender em maior profundidade de que maneira essas relações ocorrem. Nesta direção, o presente estudo tem como objetivo analisar os principais achados sobre a relação entre o fenômeno do impostor e a saúde psicológica por meio de uma revisão sistemática da literatura.

Método

Trata-se de um estudo de revisão sistemática da literatura sobre a relação entre o fenômeno do impostor e indicadores de saúde psicológica. Todas as etapas da revisão foram realizadas por dois pesquisadores, sendo empregadas as recomendações do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses; Page et al., 2023).

Critérios de elegibilidade

Foram considerados elegíveis artigos de periódicos revisados por pares e dissertações e teses independentes do período de publicação em qualquer idioma que avaliaram indicadores de fenômeno do impostor e saúde psicológica (I–Interesse) na população geral, sem delimitar qualquer característica de sexo, raça, escolaridade, profissão, idade dos participantes ou outras características demográficas, inclusive país de realização do estudo (P – População e Co – Contexto). Foram excluídos editoriais, artigos de revisão e estudos que não apresentaram definição e forma de mensuração clara de personalidade e indicadores de saúde psicológica.

Fontes de informação e estratégia de busca

Foram realizadas buscas virtuais nas bases de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online), PsycINFO, PubMed, Indexpsi e Pepsic no período de junho a julho de 2023. Dois pesquisadores de forma independente procederam as buscas com os descritores para delimitar as variáveis de fenômeno do impostor (impostor phenomenon; impostor syndrome) e saúde psicológica (happiness; self-realization; satisfaction with life, positive affects negative effects, emotions, subjective vitality self-esteem, optimism) e suas respectivas traduções em português.

Análise da qualidade dos estudos e risco de viés

Diante da não identificação de instrumentos específicos de avaliação da qualidade dos estudos e risco de viés, empregamos a ferramenta New Risk-of-Bias Assessment Tool (Nudelman e Otto, 2020) nos relatos de pesquisa que é constituído por oito perguntas: 1. Representante do quadro de amostra? [sim/não = da população geral]; 2. Recrutamento adequado dos participantes? [sim/não = seleção aleatória ou amostra estratificada]; 3. Taxa de exclusão adequada de participantes? [sim/não < 20%]; 4. Tamanho da amostra final aceitável? [> 100]; 5. Relato das características da amostra? [idade e sexo; sim = ambos relatados/não]; 6. Medidas com confiabilidade adequada? [sim/não; média r> 0,25, por exemplo, α > 0,7 para 7 itens]; 7. Configuração controlada? [sim = ambiente de coleta de controlado, por exemplo/não] e 8. Gerenciamento de dados aceitável? [endereçar dados ausentes, discrepâncias e respostas inválidas; sim = relato de pelo menos um deles/não]. Os resultados identificaram 4 estudos com nível de concordância entre os dois juízes acima de 0,90 (kappa > 0,85; p<0,001).

Processo de seleção dos estudos e coleta dos dados

No processo de seleção das pesquisas inseridas na revisão realizada por meio das buscas nas bases de dados citadas anteriormente, foram consideradas as análises de dois pesquisadores que, em situações de discordâncias, avaliaram e decidiram consensualmente a permanência ou extração da pesquisa. Inicialmente, procedeu-se à triagem das pesquisas considerando as informações contidas no título e resumo, sendo excluídas as referências duplicadas e os que não correspondiam ao objetivo geral desta revisão, assim como os editoriais, artigos de revisão e estudos que sem definição e instrumento de análise claro dos construtos em análise.

Em seguida, novas exclusões foram realizadas pautadas na leitura do texto completo aplicando os critérios de elegibilidade, considerando os critérios de inclusão: (a) tipo da pesquisa: artigos empíricos que relacionassem as variáveis em estudo; (b) objetivo do estudo: avaliaram a relação entre fenômeno do impostor e a personalidade em alguma etapa da pesquisa; e (c) método de mensuração: artigos que descreveram as medidas empregadas para mensurar as duas dimensões. E como critérios de exclusão: (a) tipo da pesquisa: artigos de revisão de literatura; (b) objetivo do estudo: não relacionasse personalidade e fenômeno do impostor em nenhum ponto do manuscrito; e (c) método de mensuração: pesquisas que não mensurarem claramente os construtos.

Para realizar a sistematização e análise das informações coletadas foi realizada a leitura na íntegra das pesquisas que contemplaram os critérios de inclusão e posteriormente foram realizadas sínteses das informações contidas nos artigos (e.g., país da coleta dos dados, objetivo da pesquisa e instrumentos utilizados para avaliar os construtos). Os dados foram reunidos, sumarizados e apresentados como parte dos resultados desta pesquisa.

No caso de dados faltantes, foram inseridos os estudos que, do total de informações sumarizadas, apresentassem ao menos um dos pontos (e.g., idade; contexto ou amostra). Quanto a mensuração do tamanho do efeito dos estudos, destaca-se que se centrou na busca de pesquisas que avaliassem a relação entre as variáveis, sendo a maioria realizada por coeficientes de correlação (medida de tamanho de efeito), sendo o foco da pesquisa a revisão sistemática sem inclusão de meta-análise.

Resultados

Foram realizadas buscas nas bases de dados mencionadas previamente, sendo identificado um total de 556 estudos (PUBMED: 546; PsycINFO: 7; Index Psi: 2; PePSIC: 1; SciELO: 0). Na primeira triagem, foram excluídos os trabalhos duplicados (N = 253), permanecendo 303 artigos. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, foram excluídos 249, que não atendiam os critérios de inclusão, resultando em 54 artigos elegíveis para a análise principal deste estudo. Estas informações podem ser observadas na Figura 1.

Figura 1. Fluxograma de seleção dos artigos

Os 54 artigos incluídos na análise, conforme observado na Figura 2, abarcam um intervalo de publicação que se estende de 1991 (Kolligian e Sternberg, 1991) a 2023 (Chodoff et al., 2023), prevalecendo o número de produções dos últimos cinco anos (2019 – 2023; N = 36; 66,6%). Considerando os anos anteriores (1991 – 2018; 27 anos), apenas 18 artigos (32%) foram publicados. Tais resultados sugerem um aumento na produção científica dos últimos cinco anos, conforme observado na Figura 2.

Figura 2. Fluxograma da distribuição dos artigos por ano de publicação

No que diz respeito à distribuição geográfica dos locais de condução dos estudos, foram identificados estudos de 13 países, com apenas uma pesquisa desenvolvida no contexto nacional (Soares, do Nascimento et al., 2021). Ao analisar o perfil geográfico, identifica-se que a maioria das pesquisas foram realizadas nos Estados Unidos (N= 33; 61,1%; Chakraverty e Rishi, 2022; Chodoff et al., 2023; Muradoglu et al., 2022), seguido pela Alemanha (7,4%; Fleischhauer et al., 2021; Neureiter e Traut-Mattausch, 2016; Rohrmann et al., 2016) e Canadá (7,4%; LaDonna et al., 2018; Neufeld et al., 2023; September et al., 2001), como descrito na Tabela 1.

Tabela 1. Caracterização do perfil geográfico e amostral

Autores

Contexto

Amostra

Idade (M, DP)

Muradoglu et al. (2022)

Estados Unidos

N = 4870 Estudantes de pós-graduação, pós-doutorandos, médicos residentes e docentes

Não informado

Chodoff et al. (2023)

Estados Unidos

N=28 residentes de medicina

M= 30 anos

LaDonna et al. (2018)

Canadá

N=28 médicos

Não informado

Jöstl et al. (2012)

Áustria

N=631 estudantes de doutorado

M= 31,5 anos (DP = 7,8)

Chakraverty e Rishi (2022)

Estados Unidos

N=7 estudantes de doutorado/pós-doutorado

Não informado

Rohrmann et al., (2016)

Alemanha

N = 242 profissionais ocupando cargos de liderança em diferentes setores

M = 44,3 ± 9,02

Chrisman et al., (1995)

Estados Unidos

N=269 estudantes de graduação

M= 23 anos

Duncan et al., (2023)

Estados Unidos

N=86 estudantes do mestrado

Não informado

September et al. (2001)

Canadá

N= 379 estudantes universitários

M = 22.1, DP = 3.2

Fleischhauer et al. (2021)

Alemanha

N=209 adultos

M=26,99 anos (DP = 9,96 anos)

Leary et al., (2000)

Estados Unidos

N=238 estudantes de graduação

17-23 anos

Boyle et al. (2022)

Estados Unidos

N=174 estudantes

25-50 anos

Alrayyes et al. (2020)

Arábia Saudita

N=384 adultos

18-25 anos

Stachl e Baranger (2020)

Estados Unidos

N=197 estudantes de pós-graduação, pesquisadores de pós-doutorado e professores

Não informado

Wu et al. (2022)

China

N=326 estudantes universitários

M = 20,39, DP = 1,79

Feenstra et al. (2022)

Suíça (31,9%), Reino Unido (9,2%) e Japão (5,9%)

N=185 mulheres

M = 45,45; DP = 7,99

Bernard et al. (2018)

Estados Unidos

N=157 estudantes universitários afro-americanos

M = 18,63

Stein et al. (2020)

Israel

N= 148 veteranos

M= 69.53, DP= 6.070 M=67.40, DP= 4.336)

Tan et al. (2023)

Singapura

N=349 profissionais

21 anos ou mais

Sullivan e Ryba (2020)

Estados Unidos

N=720 estudantes pós graduação

18-49 anos

Rosenthal et al. (2021)

Estados Unidos

N=257 estudantes de medicina

Não informado

Pastan et al. (2022)

Estados Unidos

N=155 estudantes

Não informado

Chakraverty e Rishi (2022)

Estados Unidos

N=13 estudantes e residentes de MD-PhD

20-39 anos

Medline et al. (2022)

Estados Unidos

N=296 residentes cirúrgicos e cirurgiões praticantes

25-40 anos

Legassie et al. (2008)

Canadá

N=48 residentes

20-39 anos

Hu et al. (2019)

Estados Unidos

N=169 estudantes

Não informado

Brennan-Wydra et al. (2021)

Estados Unidos

N=226 estudantes de medicina

Não informado

Deshmukh et al. (2022)

Estados Unidos

N=30 docentes

Não informado

Bhama et al. (2021)

Estados Unidos

N=144 residentes

25-34+

Neureiter e Traut-Mattausch (2016).

Áustria

N=238 profissionais

M = 37,62 anos, DP = 11,43

Fassl et al. (2020)

Áustria/Alemanha

N=278 estudantes universitários

M = 23,42, DP = 4,42

Villwock et al. (2016)

Estados Unidos

N=138 estudantes de medicina

18-50 anos

Rice et al. (2023)

Estados Unidos

N = 278 estudantes de medicina

21-29+

Bernard et al. (2017)

Estados Unidos

N= 157 estudantes universitários afro-americanos

M=19,12 anos (DP 0,45; M= 18,07 (DP 0,25)

Naser et al. (2022)

Bahrain

N=290 estudantes de medicina

M=19 anos

Leach et al. (2019)

Estados Unidos

N= 88 cirurgiões gerais e residentes de cirurgia geral em dois hospitais universitários

Não informado

Cokley et al. (2017)

Estados Unidos

N=322 estudantes de medicina

M=21 anos, DP= 2,7

Levant et al. (2020)

Estados Unidos

N = 112 estudantes universitários

M=25,8 ± 3 anos

Ogunyemi et al. (2022)

Estados Unidos

N= 198 estudantes

18 anos ou mais.

Chang et al. (2022)

Estados Unidos

N=51 estudantes

Não informado

LaPalme et al. (2022)

Estados Unidos

N=1.643 educadores

M=24,9 anos (DP = 6,0)

Freeman e Peisah (2022)

Estados Unidos (61%), Austrália (22%) e Reino Unido (7%), Canadá, Dinamarca, Portugal, Cingapura, Tailândia e Turquia (10%).

N= 148 educadores

24-86 anos

Soares, do Nascimento et al. (2021)

Brasil

N=380 estudantes

M=24 anos (DP= 5,69; 18 a 55 anos)

Oriel et al. (2004)

Estados Unidos

N=185 residentes de medicina

M=33 anos, 26-57 anos

Tigranyan et al. (2021)

Estados Unidos

N=84 estudantes de doutorado

18-40+

Kolligian e Sternberg (1991)

Estados Unidos

N=50 estudantes

M = 18,36; SD = 0,96

Sightler e Wilson (2001)

Estados Unidos

N=163 estudantes

M=23 anos. (DP = 7,1, intervalo = 20-54)

Choron et al. (2023)

Estados Unidos

N=30 estudantes

M= 27 anos (26, 28)

Patzak et al. (2017)

Áustria

N=459 estudantes de graduação

M = 21, DP = 5,60

Landry et al. (2022)

Estados Unidos

N=1.015 estudantes e profissionais de nutrição e dietética

25-34 anos

Zaed et al. (2022)

Italia

N=103 neurocirurgiões

20-40 anos

Ibrahim et al. (2022)

Estados Unidos

N= 376 adultos

M=35,57 anos; DP= 10,50

Neureiter e Traut-Mattausch (2016)

Alemanha

N = 212 estudantes e N = 110 profissionais que trabalham

M=23,23 anos (DP = 5,36)

Addae-Konadu (2022)

Estados Unidos

N=200 estagiários e professores de obstetrícia/ginecologia

M= 28,4 ± 4,3 anos

Leonhardt et al. (2017)

Alemanha

N= 183 profissionais em posições de liderança

M= 44,30; DP = 9,02

Sawant et al. (2023)

India

N=416 estudantes de graduação e estagiários de medicina

M=20,48 ± 1,45 anos

Neufeld et al. (2023)

Canadá

N=277 estudantes de medicina

Não informado

Com relação ao perfil amostral das pesquisas, identificou-se um total de 18.672 participantes distribuídos entre os 54 estudos, dos quais 35 (64,8%) eram compostos por estudantes, tanto de forma exclusiva (N=29; 53,7%), quando em conjunto com outros grupos (e.g., profissionais n= 6). Entre os estudos que relataram a média da idade amostral, identificou-se uma idade média de 28,6 anos (variando de 18 a 69 anos), dado que a maioria das pesquisas eram com estudantes no ambiente universitário.

No que se refere ao objetivo geral descrito pelos pesquisadores nas pesquisas analisadas, observou-se que a avaliação da prevalência do fenômeno impostor (FI) e sua com relação com variáveis de saúde esteve presente em uma parcela significativa dos estudos (59%; n=32; Chakraverty e Rishi, 2022; Jöstl et al., 2012; Muradoglu et al., 2022;), assim como o objetivo de relacionar o FI a fatores sociodemográficos (24%; n=13 Duncan et al., 2023; Fleischhauer et al., 2021; Rohrmann et al., 2016), apesar dos resultados identificarem escores de relações com variáveis de saúde.

Outra classificação, ainda, 16,6% dos estudos, possuíram como objetivo geral somente avaliar a prevalência ou descrever o FI em sua amostra de interesse (Chodoff et al., 2023; LaDonna et al., 2018). Outros objetivos que aparecem com menor intensidade buscam comparar escala ou validar construto (5,5%; n=3; Chrisman et al., 1995; Freeman e Peisah, 2022; Ibrahim et al., 2022), relacionar o FI a outras variáveis ou fatores preditores (Neureiter e Traut-Mattausch, 2016; Landry et al., 2022) e analisar proposta de intervenção (Chang et al., 2022; Choron et al., 2023).

No que tange as variáveis de saúde psicológica analisadas nos contextos de pesquisa, observou-se maior interesse na variável autoestima, sinalizada em 24% (n=13 Chrisman et al., 1995; Jöstl et al., 2012; Rohrmann et al., 2016) dos estudos, seguida por depressão (20,3%; n=11; Alrayyes et al., 2020; Brennan-Wydra et al., 2021; Hu et al., 2019) e ansiedade (20,3%; n=11; Bernard et al., 2017; Cokley et al., 2017; Duncan et al., 2023). Ainda, o Burnout (esgotamento e exaustão) foi avaliado conjunta ou separadamente em 14,8%; (n=8; Deshmukh et al., 2022; Legassie, 2008; Villwock et al., 2016) das pesquisas, assim como a variável autoeficácia (12,9%; n=7; Duncan et al., 2023; Medline et al., 2022; Muradoglu et al., 2022) e bem-estar (11%; n=6; Rosenthal et al., 2021; September et al., 2001; Sullivan e Ryba, 2020).

Em menor número, encontram-se indicadores de saúde mais específicos, que se referem ao sentimento de pertencimento (n= 4; 7,4%; Chakraverty e Rishi, 2022; Muradoglu et al., 2022; Stachl e Baranger, 2020), perfeccionismo (n= 4; 7,4%; Brennan-Wydra et al., 2021; Medline et al., 2022; Hu et al., 2019), sentimentos negativos (n= 4; 7,4%; Chodoff et al., 2023; Neureiter e Traut-Mattausch, 2016; Stein et al., 2020), estresse (n= 4; 7,4%; Alrayyes et al., 2020; Leonhardt et al., 2017; Sightler e Wilson, 2001), motivação, realização ou satisfação (n=4; 7,4%; Feenstra et al., 2022; Tigranyan et al., 2021; Zaed et al., 2022).

Por fim, também foram analisados como variável de saúde psicológica a convicção de controle interno e estabilidade emocional (n= 3; 5,5%; Leonhardt et al., 2017; Medline et al., 2022; Rohrmann et al., 2016), discriminação racial (n=3; 5,5%; Bernard et al., 2018, 2017; Cokley et al., 2017), autocompaixão (Patzak et al., 2017; Tigranyan et al., 2021;), assertividade (Medline et al., 2022), resiliência (Wu et al., 2022), confiança (Choron et al., 2023) e desamparo aprendido (Ibrahim et al., 2022).

Considerando os instrumentos utilizados na mensuração das variáveis do fenômeno do impostor nas pesquisas selecionadas foram: Clance Impostor Phenomenon Scale – CIPS (n= 46; 79,6%; Chodoff et al., 2023; Fleischhauer et al., 2021; Muradoglu et al., 2022), Harvey Imposter Phenomenon Scale – Harvey IP (n = 3; Chang et al., 2022; Kolligian e Sternberg, 1991; Leary et al., 2000); Perceived Fraudulence Scale – PFS (n = 2; Kolligian e Sternberg, 1991; Leary et al., 2000); Young Impostor Syndrome (YIS) (n= 2; Alrayyes et al., 2020; Ogunyemi et al., 2022); Leary Impostor Scale (n=2; Brennan-Wydra et al., 2021; Freeman e Peisah, 2022) e Perfil do Impostor (IPP30) (Ibrahim et al., 2022).

A mensuração das variáveis de saúde psicológica também considerara instrumentos de naturezas teóricas e estruturais diferentes, entre os mais utilizados destacam-se: Maslach Burnout Inventory (MBI) (7,4% n=4; Alrayyes et al., 2020; Tan et al., 2023); Rosenberg Self-Esteem Scale (RSES) (7,4% n= 4; Fleischhauer et al., 2021; Jöstl et al., 2012); State-Trait Anxiety Depression Inventory (STADI) (n= 2 Rohrmann et al., 2016; Sawant et al., 2023); Almost Perfect Scale (APS-R) (n= 2 - Hu et al., 2019; Soares, do Nascimento et al., 2021); Short Almost Perfect Scale (SAPS) (n = 2; Brennan-Wydra et al., 2021; Medline et al., 2022); Self-Compassion Scale (SCS-D/SF) (n=2; Patzak et al., 2017; Tigranyan et al., 2021).

Analisando as pesquisas quanto aos principais achados, 59,2% dos estudos (N=32; Brennan-Wydra et al., 2021; Rohrmann et al., 2016, Rosenthal et al., 2021) relataram significativa relação entre o fenômeno do impostor (FI) e indicadores de saúde mental. John Kolligian e Robert Sternberg (1991) descrevem que a percepção de fraude envolve uma combinação de tendências depressivas, autocrítica, ansiedade social, pressões de realização e habilidades de automonitoramento.

Em concordância, correlações negativas significativas entre o FI e autocompaixão sugerem que os sentimentos impostores estão associados a uma autoavaliação menos positiva e mais autocrítica (Patzak et al., 2017; Rosenthal et al., 2021). Ainda, observou-se uma correlação positiva entre alto FI e sentimentos de vergonha, constrangimento e inadequação em estudantes universitários (Hu et al., 2019).

Ademais, a presença do FI foi consideravelmente relacionada a um menor senso de pertencimento e a menor autoeficácia, especialmente no contexto acadêmico (Duncan et al., 2023; Jöstl et al. 2012; Muradoglu et al., 2022). Além disso, sentimentos impostores também estiveram relacionados negativamente às variáveis autoaceitação, confiança na habilidade, domínio do ambiente (September et al., 2001), resiliência acadêmica (Wu et al., 2022) e bem-estar geral (Landry et al., 2022; LaPalme et al., 2022).

Os sentimentos impostores estiveram altamente correlacionados com depressão e ansiedade (Kolligian e Sternberg, 1991; Oriel et al., 2004; Tigranyan et al., 2021), também sendo indicado como mediador na relação entre discriminação percebida entre grupos e as variáveis de saúde psicológica (Bernard et al., 2017; Cokley et al., 2017). Ademais, o FI demonstrou forte correlação com cognições perfeccionistas, destacando-se em 12% dos estudos (N=7; Medline et al., 2022; Tigranyan et al., 2021).

Notadamente, as associações positivas com o impostorismo ocorreram com o perfeccionismo desadaptativo (Brennan-Wydra et al., 2021). Ainda, os resultados apresentados demonstraram que autoestima foi evidenciada como uma variável mediadora na relação entre o FI e o perfeccionismo (Soares, do Nascimento et al., 2021), apresentando também uma correlação negativa com o fenômeno e se caracterizando como uma forte preditora dos sentimentos impostores (Naser et al., 2022; Neureiter e Traut-Mattausch 2016; Sawant et al., 2023).

Integralizando as significativas variáveis que envolvem o fenômeno impostor, o burnout foi consistentemente relacionado ao FI (Deshmukh et al., 2022; Villwock et al., 2016), destacando sua associação aos três domínios da síndrome (Alrayyes et al., 2020). Além disso, tanto homens quanto mulheres demonstraram uma correlação entre sentimentos impostores e estresse percebido. Entretanto, essa interconexão foi particularmente pronunciada no contexto das mulheres, com uma pontuação de impostor 9% maior do que nos homens (Levant et al., 2020).

Os resultados também sugerem que variáveis externas, como o tratamento prévio de saúde mental e o aumento das horas de trabalho, desempenham um papel preditivo na intensificação do Fenômeno do Impostor (Sullivan e Ryba, 2020). Além disso, o FI esteve relacionado com características de desenvolvimento de carreira. O impostorismo foi associado ao medo do fracasso e medo do sucesso, contribuindo para uma diminuição no planejamento e esforço de carreira, especialmente em estudantes e profissionais (Neureiter e Traut-Mattausch, 2016).

Discussão

O presente estudo teve como propósito analisar, por meio da condução de uma revisão sistemática, a relação entre o fenômeno do impostor e a saúde psicológica. Para tanto, buscou-se identificar as principais variáveis de saúde psicológica associadas ao fenômeno, bem como compreender as particularidades dessa relação. Considerando o delineamento exposto e os resultados identificados, hipotetiza-se que o objetivo central deste estudo foi alcançado.

Embora as pesquisas revisadas tenham ocorrido em diversos contextos (Fleischhauer et al., 2021; Neufeld et al., 2023; Wu et al., 2022) e com uma alta variabilidade da idade amostral (28 anos em média, variando de 18 a 69 anos), nota-se que o interesse no tema se concentra, em sua maioria, no contexto norte-americano (Deshmukh et al., 2022; Medline et al., 2022; Sullivan e Ryba, 2020) e tendo como principal amostra os estudantes. Por exemplo, na pesquisa realizada no contexto estadunidense por Jennifer Villwock et al. (2016), com uma amostra de 138 acadêmicos de medicina, quase um quarto dos estudantes do sexo masculino experimentaram o fenômeno impostor. Entre o sexo feminino, a prevalência do fenômeno aumenta, com quase metade das alunas experienciando o impostorismo. Com relação à variável de saúde psicológica analisada, o FI foi significativamente associado a burnout.

Ainda no contexto norte-americano, Emma Brennan-Wydra et al. (2021) objetivaram explorar a relação entre o fenômeno impostor, a ideação suicida e o perfeccionismo desadaptativo em uma amostra de 226 estudantes de medicina. Os achados demonstraram associações positivas entre os três construtos, e o impostorismo se caracterizou como um mediador na relação entre o perfeccionismo desadaptativo e a ideação suicida. Deste modo, este achado sugere que a saúde psicológica se relaciona com indicadores de impostorismo, sendo assim importante compreender como e quando o fenômeno passa a exercer influência na saúde mental dos indivíduos. Este ponto, não foi possível discutir a partir dos achados desse estudo, em virtude da lacuna identificada quanto ao perfil amostral das pesquisas, que não apresentam dados consistentes de achados envolvendo participantes menores de 18 anos.

Ainda, apesar do aumento significativo das pesquisas envolvendo o fenômeno impostor nos últimos cinco anos, sendo as pesquisas mais antigas realizadas por volta de 1991 (Kolligian e Sternberg, 1991), que teve por foco analisar a fraude percebida e os traços de personalidade em jovens adultos e considerou a variável autoestima e depressão de saúde psicológica. Dentre as mais recentes, destacam-se as pesquisas de Lindsay Duncan et al. (2023) e Neena Sawant et al. (2023) realizadas nos Estados Unidos e Índia, respectivamente.

Com uma amostra de 86 estudantes de mestrado, Duncan et al., (2023) verificaram a existência de vínculo entre o fenômeno impostor e a identificação de gênero e relação da orientação de objetivos, identificação de domínio, perfeccionismo, autoeficácia, ansiedade, relevância pessoal, expectativa, e valor com diferentes níveis do FI. Os resultados indicaram que a identificação de gênero foi positivamente relacionada ao FI e diferenças significativas em perfeccionismo, valor, autoeficácia, ansiedade e metas de evitação por nível de impostorismo. O perfeccionismo, a autoeficácia e a ansiedade foram significativas na previsão do fenômeno.

Sawant et al., (2023), com uma amostra de 416 estudantes e estagiários de medicina, objetivaram investigar a correlação entre o FI, traços de personalidade, autoestima e diferenças de gênero. Os resultados demonstraram que o fenômeno do impostor foi correlacionado negativamente com a autoestima. Apesar do crescente número de estudos direcionados à avaliação do impostorismo e sua relação com a saúde psicológica, não foram identificadas pesquisas desta natureza no contexto nacional, aspecto que dificulta a compreensão do fenômeno na cultura brasileira.

No que tange à saúde psicológica, foram identificadas no presente estudo uma variedade de construtos psicológicos compreendidos como descritores de saúde mental, gerando um total de 22 variáveis.

Dentre as dimensões identificadas, prevaleceram os estudos que identificaram a depressão (Cokley et al., 2017; Oriel et al., 2004; Tigranyan et al., 2021), ansiedade (Addae-Konadu, 2022; Bernard et al., 2017; Chang et al., 2022) autoeficácia (Duncan et al., 2023; Jöstl et al., 2012; Rohrmann et al., 2016) e burnout (Deshmukh et al., 2022; Legassie, 2008; Tan et al., 2023) na relação com os níveis de impostorismo dos participantes. Ainda, a autoestima caracterizou-se como uma variável mediadora e forte preditora dos sintomas impostores (Naser et al., 2022).

Destaca-se que o FI foi fortemente relacionado à exaustão e esgotamento, à autoeficácia e ao bem-estar entre amostras de trabalhadores e estudantes (Deshmukh et al., 2022; Leach et al., 2019; Villwock et al., 2016), indicando que esta associação pode prejudicar o desempenho profissional e acadêmico desses indivíduos. No estudo de Matthew Landry et al. (2022), observou-se que os níveis de impostorismo elevados relacionam-se negativamente com a satisfação no trabalho e o bem-estar geral em uma amostra de 1.015 estudantes e profissionais da área de nutrição. A pesquisa, realizada nos Estados Unidos, também demonstrou que maior idade, nível educacional e profissional estiveram relacionados a menores escores de impostorismo. Fica evidente a relação intrincada das variáveis de saúde psicológica com o impostorismo, caracterizando-se como preditora ou se correlacionando positiva ou negativamente aos sentimentos impostores.

Ademais, embora os resultados compartilhem uma série de convergências, também foram observadas diferenças nos efeitos do fenômeno impostor em amostras distintas. O impacto do FI variou entre diferentes minorias (Bernard et al., 2017; Chakraverty e Rishi, 2022; LaPalme et al., 2022) e grupos de gênero (Bhama et al., 2021; LaPalme et al., 2022; Rice et al., 2023), demonstrando que o fenômeno pode interagir com a discriminação e ter manifestações particulares e níveis de gravidade variados em diferentes contextos socioculturais (Bernard et al., 2017).

Outro ponto interessante é que, apesar do impostorismo ter sua gênese como um fenômeno vivenciado particularmente por mulheres, os achados destacam a intercambiedade da presença em maior nível do fenômeno no que tange ao sexo. Estudos identificam sua prevalência em mulheres (Rice et al., 2023), em outros momentos não houve diferença significativa (Bhama et al., 2021). Este é importante, visto que demonstra que a compreensão do desenvolvimento do impostorismo deve centrar nos diferentes grupos, visto que seus níveis elevados comprometem a saúde psicológica de homens e mulheres.

Esta pesquisa, como é comum em empreendimentos científicos, apresenta limitações que merecem consideração. Primeiramente, é importante notar que nosso estudo não esgota a discussão sobre a relação entre os fenômenos analisados, mas busca fornecer bases teóricas iniciais para estimular debates e investigações empíricas que ampliem nosso entendimento sobre o fenômeno do impostor e suas possíveis correlações.

Ademais, trata-se neste momento apenas de uma revisão sistemática, sem que sejam avaliados os reais efeitos das relações observadas nas pesquisas (metanálise), carecendo assim de ponderação na análise da relação entre as dimensões. No entanto, esta pesquisa não possui a intenção de delimitar completamente o escopo de pesquisas na área, mas sim ressaltar a importância de investigar os padrões de relações identificados em diferentes contextos e amostras, destacando a relevância de no futuro se investigar a relação entre o impostorismo e a saúde psicológica por meio de diferentes delineamentos (metanalíticos, correlacionais e/ou experimentais).

Espera-se que este estudo ressalte a relevância da ampliação do escopo de pesquisas direcionadas a compreender o fenômeno em todas as fases do desenvolvimento humano (especialmente, entre crianças e adolescentes) e contribua para a incorporação do conhecimento nas práticas de intervenção, minimizando os efeitos nocivos do impostorismo na saúde psicológica da população.

Conclusão

A presente revisão sistemática da literatura oferece uma visão abrangente sobre a relação entre o fenômeno do impostor e a saúde psicológica, destacando as principais descobertas e tendências na área. A análise dos 54 estudos incluídos revela um notável aumento no interesse acadêmico pelo fenômeno, com 66,6% dos artigos publicados nos últimos cinco anos. Este aumento é particularmente visível nos Estados Unidos, que se destaca como o país com o maior número de estudos. O perfil amostral predominante de estudantes universitários e a variabilidade nas variáveis de saúde analisadas—como autoestima, depressão, ansiedade e burnout—evidenciam a complexidade da relação entre o fenômeno do impostor e o bem-estar psicológico.

Os resultados desta revisão confirmam a necessidade de ampliar os estudos sobre a relação entre o fenômeno do impostor e as dificuldades emocionais e psicológicas, que impactam tanto o desempenho acadêmico quanto o profissional. Observou-se uma lacuna significativa na literatura, especialmente no que diz respeito a investigações no contexto nacional e entre menores de 18 anos. A predominância de estudos focados em populações acadêmicas e profissionais dos Estados Unidos limita a compreensão do fenômeno em contextos culturais e etários variados. Portanto, há uma necessidade urgente de expandir a pesquisa para incluir esses grupos, o que permitirá uma compreensão mais completa e contextualizada do fenômeno do impostor.

Em termos de implicações práticas, os resultados ressaltam a importância de implementar estratégias de intervenção que abordem o fenômeno do impostor, especialmente em ambientes acadêmicos e profissionais. A promoção da autoestima, o fortalecimento da autoeficácia e o suporte psicológico para lidar com perfeccionismo e ansiedade são aspectos cruciais que devem ser considerados nas intervenções.

Finalmente, esta revisão sistemática fornece uma base sólida para futuras investigações e práticas interventivas, sublinhando a importância de uma abordagem multidimensional para entender e abordar o fenômeno do impostor. A ampliação do escopo da pesquisa para incluir diferentes grupos etários e culturais, bem como uma análise mais detalhada dos efeitos do impostorismo, poderá contribuir significativamente para a mitigação dos impactos negativos na saúde psicológica da população.

Financiamento

Este projeto foi apoiado pelo CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) por meio de bolsa de produtividade em pesquisa para primeira autora (Processo. 306329/2022-0).

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Ana Karla Silva Soares

Doutora em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba, atualmente é docente e pesquisadora na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Psicometria e Psicologia Social (NPPS-CNPq), bolsista de produtividade do CNPQ.
akssoares@gmail.com
https://orcid.org/0000-0001-5306-4073

Rafaela Teodoro Alves

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, atualmente é residente em Psicologia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, colaboradora do Núcleo de Pesquisa em Psicometria e Psicologia Social (NPPS).
rafinhateo.rt@gmail.com
https://orcid.org/0009-0007-4141-3900

José Ángel Vera Noriega

Doutor em Psicología Social pela Universidade Nacional Autónoma de México, atualmente é docente na Universidade de Sonora, Membro do Sistema Nacional de Pesquisadores nível II (Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia), da Academia Mexicana de Ciências e do Conselho Mexicano de Pesquisa Educacional (COMIE AC).
jose.vera@unison.mx
https://orcid.org/0000-0003-2764-4431

Alberto Mesa que Martins

Doutor em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais, atualmente é docente na Universidade Federal de Uberlândia, coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Psicologias e Processos de Saúde e Cura (SANA, CNPq) e integra o Banco de Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior do MEC/INEP e Bolsista de produtividade do CNPq.
albertomesaque@yahoo.com.br
https://orcid.org/0000-0002-6032-3122

Format o de cita ción

Soares, Ana Karla Silva; Alves, Rafaela Teodoro; Vera Noriega, José Ángel, & Martins, Alberto Mesaque. (2025). Fenômeno do impostor e saúde psicológica: uma revisão sistemática. Quaderns de Psicologia, 27(2), e2153. https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.2153

Historia editorial

Recibido: 09-04-2024
1ª revisión: 16-08-2024
Aceptado: 24-08-2024
Publicado: 29-08-2025