Quaderns de Psicologia | 2024, Vol. 26, Nro. 3, e2090 | ISSN: 0211-3481 |

https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.2090

A percepção de um confinamento derivado da pandemia sob o olhar de mulheres rurais

The Perception of a Confinement Derived from the Pandemic from the Viewpoint of Rural Women

La percepción de un confinamiento derivado de la pandemia desde el punto de vista de las mujeres rurales

Paula Vitória de Oliveira Teles

Universidade Federal do Amazonas. Laboratório de Psicologia
Fenomenológico-Existencial (LABFEN/UFAM)

Ewerton Helder Bentes de Castro

Faculdade de Psicologia/UFAM. Grupo de pesquisa de Psicologia
Fenomenológico-Existencial (CNPq). Laboratório de Psicologia
Fenomenológico-Existencial (LABFEN/UFAM). Liga Acadêmica de
Psicologia Fenomenológico-Existencial – LAPFE (FAPSI/UFAM)

RESUMO

O estudo sobre mulheres rurais e o período da pandemia da COVID-19 teve como objetivo compreender a percepção de mulheres rurais sobre a pandemia da COVID-19. Foi utilizada uma pesquisa qualitativa e na análise foi utilizado o método fenomenológico de Amadeo Giorgi, mediante o uso de diário de campo e entrevista fenomenológica. As participantes foram seis mulheres rurais, na faixa etária de 24 a 64 anos. Para o percurso da análise, foi o referencial teórico da fenomenologia sob o viés de corporeidade de Maurice Merleau-Ponty. As narrativas trouxeram três categorias para análise: a) estar-na-pandemia versus viver-na-pandemia; b) sobre-viver às consequências e c) o apoio emerge por possibilidades. Concluo que por meio do período de pandemia essas mulheres rurais obtiveram des-velamentos de hábitos direcionado à cuidados a saúde e a família, houve o apoio emergencial e familiar como possibilidade relacionada ao suporte de suas rotinas de trabalho durante a pandemia.

Palavras-chave: Mulher; Rural; Pandemia; COVID-19; Percepção

ABSTRACT

The study on rural women and the period of the COVID-19 pandemic aimed to understand the perception of rural women about the COVID-19 pandemic. Qualitative research was used, and the phenomenological method of Amadeo Giorgi was used in the analysis through the use of a field diary and phenomenological interview. The participants were six rural women, aged between 24 and 64 years old. The theoretical framework of phenomenology under the corporeality bias of Maurice Merleau-Ponty was used for the analysis. The narratives brought three categories for analysis: a) being-in-the-pandemic versus living-in-the-pandemic; b) surviving the consequences; and c) support emerges through possibilities. I conclude that through the pandemic period, these rural women obtained unveilings of habits aimed at health and family care, there was emergency and family support as a possibility related to supporting their work routines during the pandemic.

Keywords: Woman; Rural; Pandemic; COVID-19; Perception

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa versou sobre as mulheres dentro do contexto rural e sua percepção sobre o confinamento derivado da COVID-19. Para isso, abre a discussão da temática de gênero, sendo abordada historicamente por meio às atribuições de caráter biológico do Ocidente, de forma particular aos valores pré-concebidos sobre a caracterização da família nuclear do século XVIII. Baseando-se no argumento da reprodução sexual, são realizadas posições defensivas na forma de viver em sociedade. Ainda existe uma representação estabelecida do feminino e masculino tradicionalmente, com a masculinidade associada ao produtivo e liberal, enquanto o feminino é relacionado ao reprodutivo e privado, limitando as possibilidades de poder simbólico e econômico das mulheres (Pizzinato et al., 2016).

O gênero feminino é frequentemente compreendido através de sua dimensão “performativa”, manifestada nas relações interpessoais, econômicas e nas formas de viver, além de estar entrelaçado com as dinâmicas familiares e questões de classe, todas influenciadas por relações de poder. Dessa forma, reconhece-se o caráter interseccional ao considerar suas múltiplas atividades e particularidades dentro do contexto coletivo de conhecimentos. Mesmo com as conquistas das mulheres rurais voltada a direitos sociais e previdenciários, visto que a figura da mulher trabalhadora rural está se distanciando da imagem da mulher do lar ou “dona de casa” e atividades não remuneradas, além da visibilidade de mulheres que estão cada vez mais próximas a cooperativas rurais, impactando o reconhecimento do trabalho feminino (Gomes et al., 2016).

Ao considerarmos a mulher trabalhadora rural, discute-se a questão da produção familiar, que possui interligações com vínculos familiares e dinâmicas do trabalho. Nesse contexto, é importante analisar a relação de gênero para compreender a realidade dessas mulheres no âmbito rural. A análise dos avanços nos papéis dessas mulheres revela uma variedade de lutas por direitos e emancipação. Apesar de terem pesquisas apontando que há uma grande porcentagem de mulheres no meio de produção, se distanciando do trabalho de reprodução e prendas do lar, é imprescindível falar sobre as possibilidades das mulheres em quesito de espaço no mercado, uma vez que na sociedade as participações são mais restritas e pelas participações que acontecem novas construções de relações e aprendizados (Schneider et al., 2020).

No contexto das pesquisas sobre gênero e suas interações com a ruralidade, especialmente no contexto Amazônico, surgiram questionamentos sobre a percepção das mulheres rurais em relação à pandemia da COVID-19. A pandemia afetou significativamente suas rotinas com a adoção do lockdown e isolamento como medidas preventivas. A Organização Mundial da Saúde definiu estratégias para lidar com a pandemia, mobilizando setores governamentais para conscientização sobre os protocolos de prevenção, controle de casos por meio de isolamento e quarentena, além do desenvolvimento de vacinas (Spink, 2020).

Com a adesão bem-sucedida ao isolamento social como medida de saúde pública promoveu eficácia comprovada na redução da transmissão do vírus, mas acarretou efeitos negativos no comportamento social e na saúde a médio e longo prazo, além de impactos psicológicos (Malta et al., 2020). O cenário pós-pandêmico incluirá inevitavelmente medidas que persistirão após a redução das infecções, como o trabalho online e novos modelos educacionais adotados pelas escolas (Leite, 2020). Para isso, a pesquisa se baseia no contexto fenomenológico, o confinamento pode ser entendido através da temporalidade, onde a intensidade e velocidade são essenciais e podem ser alteradas conforme a vivência do sujeito. A fenomenologia existencial busca captar essas experiências vivenciadas, descrevendo suas essências sem considerar a gênese psicológica, aproximando-se assim da essência do fenômeno (Matthews, 2010).

A pesquisa tem como viés o autor Maurice Merleau-Ponty (2011) que enfatiza que a percepção é uma experiência intrínseca do corpo em relação ao mundo, onde o corpo é responsável pela corporeidade e pelo conhecimento sensório-corporal. A percepção no tema abordado nesse projeto é de suma importância, visando o cenário político encontrado, sendo um ponto essencial nas elaborações de significados construídos pelo corpo. A citação “justamente porque pode fechar-se no mundo, meu corpo é também aquilo que me abre ao mundo e nele me põe em situação” (Merleau-Ponty, 2011, p. 229). Diante a isso, as relações intersubjetivas podem ser vivenciadas pela corporeidade do confinamento. A pesquisa sobre as mulheres rurais durante a pandemia da COVID-19 buscou compreender suas percepções sobre o confinamento, explorando como a pandemia interferiu em seu cotidiano e identificando estratégias de enfrentamento no âmbito rural, sob a ótica fenomenológica de Maurice Merleau-Ponty.

MÉTODO

Foi utilizada uma pesquisa qualitativa apoiado no método fenomenológico, por meio da amostragem de conveniência e técnica de snowball para coleta de dados.

Para melhor compreensão das vivências obtidas no percurso metodológico foi adotado a pesquisa qualitativa, que se envolve em um espaço de significados, crenças, valores e atitudes correspondendo a um campo profundo das relações, processos e de fenômenos onde não podem ser reduzidos a sistemáticas variáveis, com o intuito de destacar um lado que não perceptível e nem captável de estatísticas e números (Minayo, 2011). Já o uso método fenomenológico, sob uma abordagem qualitativa, fornece uma compreensão mais profunda das especificidades estudadas, concentrando-se na análise dos significados atribuídos pelos participantes. É uma abordagem científica que se caracteriza por sua natureza abrangente e não dissociativa, originando-se da intencionalidade e orientando de forma integrativa em direção à descoberta. A fenomenologia é um método que permite que as características se revelem livremente, explorando a constituição do ser e suas interações com o mundo. É importante observar que a fenomenologia não é uma filosofia em si, mas uma epistemologia que busca compreender a construção do conhecimento (Holanda, 2009).

A entrevista aconteceu através do método por conveniência, no qual é constituída por ter menor rigor estatístico sobre a pesquisa, é aplicado em caso de estudos da abordagem exploratória e qualitativa. O pesquisador analisa e seleciona os elementos que estão a seu acesso, concluindo que eles possam representar os aspectos relacionados à pesquisa (Prodanov e Freitas, 2013). Sendo utilizado em conjunto com a técnica snowball (bola de neve) que consiste na realização da entrevista com a participante da pesquisa e ao final se pede a indicação de participantes em potenciais que possam agregar na pesquisa, no caso, as participantes indicam alguém que conhecem e partilham de uma vivência parecida (Bockorni e Gomes, 2021).

O instrumento utilizado para coleta da pesquisa, análise e discussão das narrativas foi uma entrevista aberta com uma questão norteadora: “Como foi para você o período de isolamento derivado da COVID-19?”. Que apresentou desdobramentos sobre como a crise da COVID-19 impactou em seu trabalho; como foi enfrentado o período de isolamento; quais foram as ajudas necessárias para enfrentar a COVID-19 e como perceberam os atravessamentos da COVID-19 atualmente em suas rotinas cotidianas. Por ser um método flexível para obtenção de informações qualitativas, permitiu a abertura das participantes em dialogar acerca dos fenômenos investigados, portanto, as interações possibilitaram o alcance das vivências experienciadas pelos participantes e dos sentidos que elas atribuíram ao mundo vivido.

Participantes e Local da Pesquisa

A participação na pesquisa envolveu seis mulheres com idades entre 24 e 64 anos, todas trabalhadoras de feiras, incluindo agricultoras, floricultoras e granjeiras. Elas residem na zona rural de Iranduba, estado do Amazonas, e vivenciaram o período de isolamento social durante a pandemia da COVID-19 entre março de 2020 e março de 2021.

O município de Iranduba está situado à margem esquerda do Rio Solimões, na confluência deste com o Rio Negro, a sul da capital do Amazonas. Dentro do munícipio há comunidades rurais, onde a pesquisa foi realizada dentro das comunidades São Sebastião e Novo Catalão. A adentrada no local de pesquisa, se deu pela amostragem por conveniência, tendo em vista, que a pesquisadora possuía vivência no acompanhamento das pessoas na condição supracitada e, portanto, pertencem às relações sociais delas.

As entrevistas foram conduzidas nos locais escolhidos pelas participantes, geralmente em suas próprias residências ou nas feiras, visando proporcionar um ambiente confortável para elas. Antes das entrevistas, foi realizada uma sessão prévia com cada participante para explicar os objetivos da pesquisa e os critérios éticos envolvidos em estudos com seres humanos. As voluntárias que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e o termo de autorização para gravação das entrevistas, recebendo uma cópia de cada documento.

Além disso, também foi assegurado o sigilo e confidencialidade de seus nomes trocando para nomes fictícios de biomas e tipos de plantações características de nossa fauna.

Procedimentos e Considerações Éticas

Para análise foi utilizado o método fenomenológico de Amadeo Giorgi de pesquisa em psicologia fenomenológica, mediante o uso de diário de campo e entrevista fenomenológica, que partiu da seguinte pergunta: “Como foi para você o período de isolamento derivado da COVID-19?”. Que apresentou desdobramentos sobre como a crise da COVID-19 impactou em seu trabalho; como foi enfrentado o período de isolamento; quais foram as ajudas necessárias para enfrentar a COVID-19 e como perceberam os atravessamentos da COVID-19 atualmente em suas rotinas cotidianas. Foi disponibilizado Termo de Compromisso Livre e Esclarecido (TCLE), caso as voluntárias aceitassem participar do estudo, foi assegurado o sigilo e confidencialidade de seus nomes trocando para nomes fictícios de biomas e tipos de plantações características de nossa fauna.

A pesquisa salvaguarda o que rege as Resoluções CNE 466/12 e 510/16 que preconizam a pesquisa com seres humanos. Os dados utilizados no estudo foram submetidos a partir de um projeto de pesquisa e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) na Universidade Nilton Lins, sobre o número CAAE: 2 51420221.1.0000.5015.

Instrumentos

Como instrumento foi utilizado a entrevista fenomenológica, na qual o específico fundamental é buscar obter especificamente e concreto das experiências dos participantes. O pesquisador se assegura de que essas condições sejam adequadas, pois a partir delas é possível construir diferentes estruturas de significado de natureza psicológica relacionadas ao tema em estudo. Para isso, é crucial que as normas de segurança sejam o mais específico e concreto possível, além das racionalizações apresentadas pelos participantes da pesquisa, para abordar a subjetividade vivenciada no dia a dia (Giorgi e Souza, 2010).

O propósito fundamental de uma entrevista de natureza qualitativa é obter propósitos específicos do mundo experiencial e da vida cotidiana do entrevistado, bem como suas interpretações e significados em relação às conclusões consideradas. Portanto, o objetivo de uma entrevista de pesquisa no contexto da investigação fenomenológica é obter uma descrição abrangente da experiência vívida pelos participantes em relação a uma especificidade específica do estudo. Neste estudo, a abordagem envolve uma condução de entrevistas gravadas em áudio com os participantes, seguidas pela transcrição completa das mesmas, que servirá de base para a análise dos dados (Acharán, 2014).

Foi utilizado diário de campo, como registro, com intuito de captar sutilezas que a transcrição da entrevista não aborda, bem como expressões e emoções durante a entrevista, uma vez que a atenção do pesquisador à frente da experiência e movimentos de cada participante é compreendia como uma fonte de pesquisa, assim, permitindo acompanhar as experiências apresentadas junto à relação dos fenômenos estudados (Kroef et al., 2020).

A questão norteadora teve por objetivo proporcionar uma abertura sobre as vivências de ser mulher rural e guiar as participantes para o que se pretendeu investigar. A pesquisa foi guiada pela seguinte questão: “Como foi para você o período do isolamento derivado da COVID-19?” e, conforme as entrevistas, foram realizados desdobramentos sobre como a crise da COVID-19 interferiu em seu trabalho; como foi enfrentado o período de isolamento; quais foram as ajudas necessárias para enfrentar a COVID-19 e como perceberam os impactos da COVID-19 atualmente em suas rotinas.

Análise de Dados

A análise foi guiada pelo uso de entrevistas audiogravadas e pelos quatro passos preconizados por Amedeo Giorgi e Daniel Souza (2010) se guiou pelos seguintes passos: 1°) Estabelecer o sentido todo: momento de imersão onde foi realizada leitura cuidadosa e integral do material coletado na busca de descrever o conteúdo vivenciado pelas participantes e colocando a atitude de redução fenomenológica pela investigadora.

O segundo passo foi 2°) Determinação das Partes: Divisão das Unidades de Significado: foi retomada a leitura do protocolo, onde houve o momento de discriminação das falas. A releitura e leitura das entrevistas foram realizadas no intuito de identificar as unidades de significado dentro das concepções teóricas do pesquisador.

3°) Transformação da Unidade de Significado e Expressões de Caráter Psicológico: houve a transformação de linguagem cotidiana (senso comum) das participantes em expressões de caráter psicológico. Esse processo ocorreu por meio da postura reflexiva e imaginativa diante das unidades de significado que emergiram no passo anterior por meio de interpretação da pesquisadora em uma postura da redução fenomenológica.

4°) Determinação da Estrutura Geral de Significados Psicológicos: momento de síntese e descrição, por meio da integração dos insights da pesquisadora, foi realizado o mapeamento de atribuições dos sentidos, no intuito de alcançar a compreensão do fenômeno pesquisado e, por fim, a categorização das temáticas (Giorgi e Sousa, 2010).

RESULTADOS

As narrativas trouxeram três categorias para análise, quais foram: a) estar-na-pandemia versus viver-na-pandemia; b) sobre-viver às consequências e c) o apoio emerge por possibilidades.

Estar-na-pandemia versus viver-na-pandemia

Nesta unidade de significado as participantes expressaram acerca de suas vivências no momento de pandemia, bem como os processos enfrentados por esse período de isolamento, apresentando des-velamentos durante as entrevistas no qual serão citados, sendo divididos em dois subtópicos para melhor explanação desta unidade. O pensamento merleaupontyano se guia no mundo e experiências obtidas por este, através dessas vivências inicia-se a significação de suas percepções, diante a pandemia e busca de alternativas para lidar com a COVID-19, as participantes narraram a respeito de seus hábitos adquiridos e enfrentamentos durante o confinamento. Em suas falas destacam com espontaneidade a aquisição dos hábitos e suas formas como tornaram-se presentes em seu cotidiano.

Ewerton Helder Bentes de Castro (2017) abordam sobre a experiência da doença e saúde, bem o cuidado diante ao corpo, pelo qual realiza o movimento de existência em relação a si e ao outro, assim compreendendo o seu espaço e assumir novas possibilidades, como diz Rosa do Sertão (entrevista aberta, em outubro de 2021): “Minha filha pesquisava muito sobre remédio medicinais para combater (…) bater folhas como jambu e outras ervas para tomar… fora as verduras e frutas que começamos a comer… até hoje não tenho gripe”.

Ao vivenciar o confinamento e a não solução de formas de combater o vírus, atravessadas pela angústia de como prevenir a infecção, Rosa do Sertão acaba atrelando o momento de confinamento com os cuidados da saúde, medida adotada e impulsionada por vários canais de comunicação. Por ser floricultora, acaba cultivando muitas plantas e ervas, o que permite o contato com quem acredita e possui manejo do seu dia a dia.

Aqui em casa mudou bastante, adotamos hábitos saudáveis… comemos mais verduras e compramos produtos ricos em vitaminas, fora os remédios que fazemos… esses remédios medicinais eles nos ajudaram muito nesse período e até hoje. (Vitória Régia, entrevista aberta, em outubro de 2021)

Para estas mulheres, o período de confinamento é marcado pela incerteza do futuro e marcos nas temporalidades sobre suas vivências bem como alteridades envolvendo angústias e reflexões sobre o passado e o que poderia acontecer, tais movimentos existenciais frente a dubiedade do futuro. Bem como, as suas sobre-vivências diante as consequências frente à perda de poder de compras e mudanças nas rotinas escolares de seus filhos. Yolanda Citrão Forghieri (2011) cita sobre temporalidade como experimentar o tempo que está de acordo com a vivência aproximada do encontro entre o próprio existir. Os hábitos saudáveis adquiridos e utilizados por estas mulheres mostram como a percepção da COVID-19 apresentou impactos no significado de cuidado e saúde, onde demonstram a ressignificação do conceito de saúde e cuidado sendo transmitido por meio do possível, do que está em sua casa e como podem fazê-los.

Por meio das entrevistas foi possível perceber nas falas apontamentos voltados ao confinamento o qual expressam terem ficado em lockdown com suas famílias em períodos de uma semana até seis meses, este subtópico será explanado de acordo com a percepção das seis mulheres rurais, entre elas, algumas convergências e singularidades em seus discursos. A percepção procede da vivência e experiência a algo ou motivação, na relação do eu-mundo o sujeito interliga-se ao campo de experiências levando à possibilidade de conhecimento sobre si (Castro, 2017). O confinamento elucidado pela Rosa do Sertão apresenta o conteúdo de angústia e de sensação de aprisionamento:

Ficamos juntos por uns dois meses, eu, minha filha com minhas netas, meu genro e meu esposo, meu genro e minha filha moram lá em Manaus… eles iam trabalhar para lá e depois voltavam (…) as feiras fecharam, ficamos em casa né… a gente ia uma vez ou outra em um banho isolado, porque podíamos ficar loucos de ficar trancados. (Rosa do Sertão, entrevista aberta, em outubro de 2021)

Porém devido a demanda de trabalho a ser exercido pelas pessoas confinadas junto a si, entende que a necessidade de se resguardar ao protocolo de medidas, mas ao mesmo passo entende que precisa sair para de lazer, uma vez que continuar confiando lhe aproxima da loucura. Através da compreensão do ser-aí e no ser-em-seu-mundo ocorre a interação onde está inserido ser-no-mundo-com-os-outros, que o ser atribui significado aquilo ou aquele que representa (Castro, 2017). Em falas das demais participantes, apresentam o quanto a quarentena existiu para alguns ou apenas adentrou na vida daqueles carregados de certo privilégio, pois a necessidade de obter renda ou cuidado as levava a continuar em suas jornadas diárias, mesmo diante ao cenário pandêmico.

Eu tive que continuar trabalhando nada mudou, inclusive quase pego as contas porque tive que faltar uma semana e quando eu voltei ainda estava com os sintomas. Trabalhei normal, lá não teve esse negócio de quarentena não, só mudou que começamos a usar máscaras, essas coisas. (Arruda, entrevista aberta, em outubro de 2021)

O trabalho de ser feirante requer do corpo, o qual esteja sempre em movimento e buscando esse retorno, que por sua vez se aplica em cuidados com a família e estabilidade em casa. O corpo então continua em seus movimentos, pois ele lhe leva aquilo que precisa, fonte de renda e cuidado, uma vez que o desfecho da experiência intrínseca do corpo e sua relação com o mundo (Merleau-Ponty, 2011). Apontamentos guiados em (re)existir diante ao contexto no qual estava se adaptando ou ainda se apropriando desse novo significado de estar juntos, estas mulheres continuaram seus afazeres para continuar sobrevivendo em questões básicas de saúde e ampara no momento de pandemia.

O negócio tava em alta, mas tive que continuar trabalhando cuidando das hortas, as hortas… não pararam e eu precisava de renda, como as feiras estavam fechadas eu batia de casa em casa oferecendo e em mercadinhos também. (Samaúma, entrevista aberta, em outubro de 2021)

Clair Odete Schneider et al. (2020) afirmam que ser mulher no rural é uma busca de visibilidade pelo trabalho e suas responsabilidades na divisão deste, na fala de Samaúma é possível destacar como a rotina exige muito do seu corpo e de sua força por ele manifestado, atravessando a busca de sentido de permanecer na busca de trabalhos e vendas mediante a COVID-19, mesmo entrelaçadas ao cuidado em casa e reparo dos danos, elas buscam ser sua própria fonte de renda.

Sobre-viver às consequências

O vírus da COVID-19 trouxe grandes reflexões acerca sobre como a pandemia do vírus da COVID-19 trouxe grandes reflexões acerca sobre como a pandemia pode impactar a sociedade e formas de enfrentamentos, entre elas na busca de voltar a “normalização” abrem-se lacunas sobre como se dará suas novas rotinas após grandes mudanças, causando ambivalência na temporalidade, desse modo o futuro passa a ser tornar uma ameaça por suas indeterminações. A maneira em que essas mulheres buscaram re-existir diante ao que consideraram (a)normal, mostram como ser feirante envolve os movimentos corpóreos e busca pelo retorno em sua relação com o mundo-para-si, destacados em enunciados enfatizados por mulheres que não pararam, pois, seu trabalho dependia de si e a forma que vivenciam esse mundo.

Não sei como vai ser daqui para frente… no final dos tempos os homens iam usar focinheira de porco para se proteger dos males, hoje usamos máscaras que tem o sentido com a focinheira. (Rosa do Sertão entrevista aberta, em outubro de 2021)

Nessa narrativa de Rosa do Sertão a incerteza e aproximação sobre o que significa a pandemia para si, possuindo uma metáfora voltada para a religião e forma de perceber o que está ocorrendo de acordo com sua percepção, bem como o sentido acerca do vírus COVID-19 estão direcionados para o fim do tempo. Então, a temporalidade baseia-se como ponto de partida sobre a vivência existencial (Forghieri, 2011).

O trabalho de ser feirante requer do corpo, o qual esteja sempre em movimento e buscando esse retorno, que por sua vez se aplica em cuidados com a família e estabilidade em casa. O corpo então continua em seus movimentos, pois ele lhe leva aquilo que precisa, fonte de renda e cuidado, uma vez que o desfecho da experiência intrínseca do corpo e sua relação com o mundo (Merleau-Ponty, 2011). O vírus da COVID-19 trouxe grandes reflexões acerca sobre como a pandemia pode impactar a sociedade e formas de enfrentamentos, entre elas na busca de voltar a “normalização” abrem-se lacunas sobre como se dará suas novas rotinas após grandes mudanças, causando ambivalência na temporalidade, desse modo o futuro passa a ser tornar uma ameaça por suas indeterminações.

Ah o COVID me afetou muito… tenho fraqueza, até hoje ainda não sinto o gosto das coisas e não é o mesmo, não sei se é porque eu trabalho com ovo, mas tudo tem gosto horrível, cebola então. (Arruda, entrevista aberta, em outubro de 2021)

A configuração da preocupação ganha construção a partir desse enunciado onde a representação sobre a sobrevivência está atrelada aos valores reais apresentados no dia a dia, passando o campo do vírus de incerteza para como devemos enfrentar esse período sobre essas condições.

A escola dela não longe, mas não temos internet boa ou wifi, a professora montava as apostilas e nós íamos pegar e fazia com ela… um dia eu e outro dia o pai, mas não é a mesma coisa né? (Vitória Régia, entrevista aberta, em outubro de 2021)

Foi difícil a aula deles ficaram online e tiveram que ficar em casa e parar de ir ao colégio, mas ninguém lá em casa entende bem tecnologia e nem ninguém lá da comunidade, então a gente ia na escola pegar as apostilas. (Samaúma, entrevista aberta, em outubro de 2021)

Destaco a citação de Simone de Beauvoir (1986/2006) onde o espaço das mulheres acaba sendo entrelaçado a tarefas de cuidados bem como reprodução, em algumas narrativas de duas mulheres, ambas mães de crianças de 06 a 11 anos demonstraram conteúdos em comum: a adaptação na trajetória em ser mulher-rural e ser-mulher-na-sociedade carrega consigo o caráter de uma mulher multifuncional, juntos a sua maternidade e cuidados passam a tomar-para-si novas demandas de cuidados, se tornar mãe rural que educa.

A percepção está relacionada em adquirir a ideia e posterior a consequência, lidando com ela e suas partes, assim vivenciar o mundo em que está inserido é ponto de partida e, em seguida como saber sobre ele é sua consequência (Matthews, 2010). Em alguns contextos, as mulheres relataram sobre as mudanças que impactaram suas rotinas, apontamentos voltados ao mercado de trabalho, uma vez que estão próximas do meio manual de vender seus produtos e viver como feirante, mudanças no dia a dia frente aos filhos, adaptações correlacionadas e o corpo que sente tais sinais de pós-infecção da COVID-19.

O apoio emerge por possibilidades

Ao citarem sobre formas de enfrentamento a esse período de confinamento como o apoio emergindo possibilidades, ressaltando o amparo e cuidado que lhe tornam mais fortes, seja por meio do apoio espiritual, onde a divindade, vulgo, Deus, passa oportunizar milagres e livramento. Ou por meio de apoios emergenciais, possibilitando abertura a este mundo, que antes fechado a angústia emerge apoio por meio de suas experiências, assim como o apoio que vem da família, no qual as seis mulheres relataram o quão se tornou significativo e vivenciado corporalmente Os discursos durante as entrevistas foram marcados em algumas partes voltados para o espiritual e religioso, uma vez que a futuridade se tornou comprometida, ao perguntar sobre formas de lidar e enfrentar o período da pandemia foram levantados os seguintes enunciados:

Minha filha foi essencial, pois buscou força espiritual fazendo novenas e orações em casa… não sei bem explicar, isso ajudou a gente superar todas essas coisas juntas ao tempo. (Rosa do Sertão, entrevista aberta, em outubro de 2021)

Não adianta se desesperar, pois não adianta nada, tem que se apegar em Deus e seguir em frente… se não fosse Deus eu já teria feito alguma besteira. (Arruda, entrevista aberta, em outubro de 2021)

O autor Merleau-Ponty (2011) cita que a vivência sob o sagrado corresponde em grandes momentos sagrados e coesivos da sociedade, assim por apresentar um aspecto superior a vida religiosa é a forma em qual a sociedade toma consciência de si mesma, a consciência para metafísica possui uma sustentação sob a vivência de redescobrir uma certa estranheza e o em seguida a aparição de um milagre. Rosa do Sertão e Arruda compreende a experiência de ter enfrentado o período de isolamento com o espiritual e religiosidade como citado anteriormente e ainda como sentido de existência vivenciados durante as suas falas em diálogos durante a entrevista, sendo explícito em suas formas de se expressar durante as falas e escutas, apontado ainda como um livramento.

No decorrer das entrevistas foram encontradas falas sobre o apoio em que no momento de lockdown e por trabalharem em feiras, estas, fechadas devido a decretos como medidas de segurança, através de possibilidades de enfrentamento obtiveram apoios derivados do governo ou da própria feira onde trabalham.

A granja não parou… estava tudo fechado mas viam comprar mesmo assim, é comida né? Tínhamos ajuda do auxílio emergencial também o que ajudou muito até hoje devido os valores das comidas terem aumentado. (Seringueira, entrevista aberta, em outubro de 2021)

O auxílio me ajudou bastante e como eu já tinha bolsa de família foi mais rápido ainda, desempregados né? É pouco, é pouco mas é melhor que nada. (Vitória Régia, entrevista aberta, em outubro de 2021)

Apesar de muitos locais de trabalho não terem parado como citado na unidade de significado anterior, entende-se ainda que essas mulheres estavam sobrecarregadas com os acontecimentos oriundos da pandemia e ainda tendo que lidar com seu dia a dia modificados ao confinamento vinculadas a novas formas de enfrentar muitas foram contempladas com o auxílio do governo. As possibilidades e abertura ao mundo fazem parte da atribuição de sentido de mundo ao sujeito através de sua maneira de vivência e experiências por meio dele (Merleau-Ponty, 2011). A possibilidade de ajuda pelo governo emerge como apoio diante ao momento de confinamento, mesmo com a vivência sendo carregada de experiências as quais destacaram como “nada fácil” o apoio demonstra o cuidado e gratidão pelas mulheres rurais mesmo com aquelas que não possuem mais o benefício nos dias atuais.

Thays Monticelli (2021) relata que com o confinamento a adoção da medida de lockdown transmutou a forma de viver de muitas mulheres, aproximando-as de suas casas e meio de relações familiares, como cita: “minha família e ajuda do governo, a gente tem que pensar no próximo né? Eles estiveram tempo todo do nosso lado” (Sumaúma, entrevista aberta, em outubro de 2021).

Merleau-Ponty (2011) cita sobre a relação do outro e o mundo, que por meio de suas percepções começa-se a ressignificar as suas experiências, nota-se no amparo pela família também membros da família que apresentaram reações frente ao período da pandemia, desenvolvendo demandas psicológicas frente aos acontecimentos e narrados pelas mulheres com extremo cuidado e como maneira de enfrentar tais condições se colocaram como o papel de base e força. Nos diálogos são evocados sentimentos íntimos de cuidados e elaborações frente ao período nomeado por elas como nada fácil, entre os amparados destacados as mulheres aqui descritas demonstraram um desempenho de campo a nível de responsabilidade para fragilidades e narrativas a qual a corporeidade as abriga.

CONCLUSÃO

Percebe-se que por meio do período de pandemia essas mulheres rurais obtiveram des-velamentos de hábitos direcionados a cuidados a saúde e a família, assim como (a)normalidades no isolamento uma vez que não puderam ficar em confinamento em sua totalidade, as in-certezas do futuro e adaptações às mudanças como impactos e suas rotinas e o apoio espiritual, emergencial e familiar como possibilidades relacionadas a como se daria sua rotina de trabalho durante o período de lockdown.

A (re/de)construção das suas relações e com os outros sob o olhar dessas mulheres destaca o quando a extensão do corpo assumiu os sentidos existenciais frente ao fenômeno do confinamento. Acrescento ainda que o estudo e pesquisa sobre gênero e mulheres rurais ou florestais necessita de visibilidade ao que se refere corporeidade diante ao ser-mulher-rural-trabalhadora. Sendo assim, atuar nesse campo é demonstrar força e resistência para esse então empoderamento social e econômico, no intuito de colaborar com a construção de ambientes que oportunizam a prática da psicologia pela tomada de performance cooperativas, dialógicas e problematizadoras no contexto rural.

A pesquisa teve suas limitações no que se refere a suporte de outras pesquisas sobre a temática no período da coleta, o que leva a consideração e necessidade de incentivar ademais pesquisadores, a olhar o público trabalhado em questão. Há o desdobramento da pesquisa da necessidade de novas produções para discussão de gênero dentro do trabalho rural.

Por fim, a pesquisa com as mulheres rurais possibilitou reflexões sobre como o ser-no-mundo está aberto a possibilidades para estar-no-mundo, mulheres, carregadas de subjetividades e forças, guiada pelos seus corpos permitiram (re)começar sua jornada diariamente durante esse período de pandemia, seja andando mais 10 km para seus afazeres ou indo para o ramal de madrugada para seu trabalho. Estas mulheres carregam consigo o sentido de que ao amanhecer é possível estar-pelo-outro, mesmo com a incerteza do que será amanhã, mas com toda certeza que estará-no-mundo e para-si.

REFERÊNCIAS

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PAULA VITÓRIA DE OLIVEIRA TELES

Psicóloga (CRP 20/11.810) pela Universidade Nilton Lins. Mestra em Processos Psicológicos e Saúde na Universidade Federal do Amazonas. Professora Universitária pela Universidade Nilton Lins. Membra do Laboratório de Psicologia Fenomenológico-Existencial (LABFEN/UFAM). Psicóloga Clínica.
paulavr74@gmail.com
https://orcid.org/0000-0001-7932-1402

EWERTON HELDER BENTES DE CASTRO

Doutor em Psicologia pela FFCLRP/USP. Professor Associado da Faculdade de Psicologia/UFAM. Líder do Grupo de pesquisa de Psicologia Fenomenológico-Existencial (CNPq). Coordenador do Laboratório de Psicologia Fenomenológico-Existencial (LABFEN/UFAM). Coordenador científico da Liga Acadêmica de Psicologia Fenomenológico-Existencial – LAPFE (FAPSI/UFAM).
ewertonhelder@gmail.com
https://orcid.org/0000-0003-2227-5278

FORMATO DE CITACIÃN

Teles, P. V. De O. & Castro, E. H. B. (2024). A percepção de um confinamento derivado da pandemia sob o olhar de mulheres rurais. Quaderns de Psicologia, 26(3), e2090.
https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.2090

HISTORIA EDITORIAL

Recibido: 03-10-2023
1ª revisión: 06-03-2024
Aceptado: 01-08-2024
Publicado: 20-12-2024