Quaderns de Psicologia | 2023, Vol. 25, Nro. 3, e1918 | ISNN: 0211-3481 |
https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1918
Thayná Krueger
Fernanda Torres Sahão
Nádia Kienen
Universidade Estadual de Londrina
Resumo
A pandemia de COVID-19 demandou adaptações na intervenção do psicólogo para mitigar efeitos dela sobre a saúde mental da população. Objetivamos propor comportamentos requeridos do psicólogo para promover saúde mental em pessoas envolvidas com a COVID-19, a partir da literatura. O método, de delineamento qualitativo com análise documental, consistiu em: selecionar, identificar, transcrever e registrar trechos comportamentais; derivar componentes não especificados; redigir, avaliar e adequar os nomes das classes de comportamentos; categorizar as classes de comportamentos. Como resultados, identificamos comportamentos referentes às categorias: identificação de fatores importantes para a intervenção; descrição da importância do engajamento do cliente; psicoeducação; elaboração de estratégias e cuidados ético-profissionais. A atuação do psicólogo não se limita à aplicação de estratégias de intervenção, mas envolve promover comportamentos para enfrentamento das dificuldades decorrentes da pandemia, como autonomia e manejo de estressores. Os dados podem contribuir para aperfeiçoar a capacitação profissional para atuar nesse contexto.
Palavras-chave: Análise do Comportamento Aplicada; Programação de ensino; Psicologia; COVID-19
Abstract
The COVID-19 pandemic required adaptations in the psychologist’s intervention to mitigate its effects on the mental health of the population. We aim to propose behaviors required of the psychologist to promote mental health in people involved with COVID-19, based on the literature. The method, of qualitative design with documental analysis, consisted of: selecting, identifying, transcribing, and registering behavioral excerpts; deriving unspecified components; writing, evaluating, and adjusting the names of behavior classes; categorize the classes of behaviors. As a result, we identified behaviors related to the categories: identification of important factors for the intervention; description of the importance of customer engagement; psychoeducation; elaboration of strategies, and ethical-professional care. The psychologist’s work is not limited to the application of intervention strategies but involves promoting behaviors to face the difficulties arising from the pandemic, such as autonomy and stressor management. The data can contribute to improving professional training to work in this context.
Keywords: Applied Behavior Analysis; Programming teaching; Psychology; COVID-19
Uma série de adaptações foram requeridas na intervenção do psicólogo para mitigar os efeitos das situações decorrentes da pandemia de COVID-19 sobre a saúde mental daqueles envolvidos direta ou indiretamente com ela. Sentimentos de ansiedade, medo da contaminação, medo de morrer, sensação de impotência, irritabilidade e inquietação têm sido comumente relatados nesse contexto (Barros-Delben et al., 2020; Sá-Serafim et al., 2020). Irregularidades no sono, dietas pobres e menos atividades físicas geram um aumento de peso e diminuição do sistema imunológico (Barros-Delben et al., 2020). Em equipes que trabalham nos hospitais, foi observado também exaustão, redução da empatia e diminuição da capacidade cognitiva e de desempenho, aumentando o número de profissionais de saúde com doenças físicas e mentais relacionadas (Barros-Delben et al., 2020).
O Conselho Federal de Psicologia brasileiro (CFP) e a Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), que representam tal categoria profissional, têm criado mecanismos para fundamentar o trabalho do psicólogo durante esse período. Após a declaração de pandemia feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o CFP por meio da Resolução n. 4, de 26 de março de 2020, suspendeu temporariamente os atendimentos presenciais não comprovadamente emergenciais, visando a proteção dos pacientes e dos terapeutas, sendo ofertados, na ocasião, atendimentos por meio on-line, mediante cadastro do terapeuta na plataforma e-Psi (Conselho Federal de Psicologia, 2020; Sociedade Brasileira de Psicologia, 2020).
A SBP elaborou materiais com orientações técnicas para a atuação do psicólogo no enfrentamento da pandemia. Tais materiais objetivam instruir o profissional no uso de estratégias que promovam o melhor atendimento diante da situação de crise característica de situações de pandemia (Sociedade Brasileira de Psicologia, 2020). O material foi dividido em 11 fascículos voltados à promoção de suporte e assistência psicológica para aqueles que estão sofrendo diante da pandemia (e.g., profissionais da saúde, pessoas contaminadas, familiares de pessoas contaminadas, pessoas em quarentena, pessoas em luto etc.). Dentre os aspectos a serem considerados durante o atendimento, têm sido destacados: abordar o desamparo revisando a rede de apoio, ajudar a enfrentar o medo, fornecer acolhimento e escuta ativa, fornecer psicoeducação com foco na esperança e em estratégias de resolução de problemas (Almondes e Teodoro, 2020).
Porém, mesmo buscando orientar a prática profissional, os fascículos não descrevem de forma clara e detalhada os comportamentos esperados do psicólogo para promover a saúde mental de pessoas envolvidas com a COVID-19. Orientações tais como “ajudar a expressar os sentimentos despertados pela situação (luto)” (Miyazaki e Teodoro, 2020, p. 5) e “orientar e realizar psicoeducação (estresse)” (Peuker et al., 2020, p. 10) não descrevem de forma clara e precisa ações concretas a serem apresentadas pelo psicólogo, para, por exemplo, “ajudar o cliente a se expressar” e “orientar e realizar psicoeducação”. O que o psicólogo deve ser capaz de fazer para realizar tal tipo de ajuda? Avaliar os tipos de sentimentos que a situação de pandemia produz? Identificar e aplicar estratégias de intervenção para expressão de sentimentos? Sistematizar, de forma mais clara e precisa, quais comportamentos são requeridos do psicólogo para lidar com as situações específicas presentes no contexto de pandemia pode promover mais visibilidade acerca desse tipo de repertório, trazendo decorrências também para o desenvolvimento desses comportamentos pelos profissionais.
As orientações presentes nos fascículos elaborados pela SBP envolvem uma série de contextos, pessoas e situações a serem consideradas na intervenção, tais como: o que fazer com as pessoas infectadas e seus familiares, com pessoas que estão em quarentena ou em distanciamento social, com os profissionais de saúde e gestores de saúde direta ou indiretamente envolvidos com a pandemia etc. Intervir diante de uma situação de pandemia, tal como a da COVID-19, caracteriza-se como uma situação nova e desafiadora para muitos profissionais que têm como parte de suas atribuições promover a saúde mental da população (Schmidt et al., 2020).
Além disso, trata-se de uma situação com alto potencial para gerar prejuízos à saúde física e mental da população e dos profissionais de saúde que atuam nesse contexto e que podem, inclusive, produzir efeitos nocivos como ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e depressão a longo prazo, como documentado por pesquisas que investigaram as condições de saúde mental da população diante de outras situações de crises (Ornell et al., 2020). A maioria dos psicólogos possivelmente não teve capacitação específica para atuar diante desse tipo de contexto, uma vez que a profissão apresenta déficits relacionados à intervenção psicológica em momentos de crises e desastres (Danzmann et al., 2020). Por isso, sistematizar as informações presentes nesses materiais e, a partir delas, propor os comportamentos requeridos dos psicólogos para promoverem saúde mental nas pessoas pode contribuir para a capacitação desses profissionais, aumentando a probabilidade de que suas intervenções sejam também mais efetivas diante das necessidades que a população apresenta nesse contexto.
A pandemia exigiu esforços de toda a população para mitigar a contaminação pelo vírus, exigindo que as pessoas já infectadas mantivessem quarentena, além da exigência de distanciamento social entre a população para evitar a transmissão do vírus, de modo a reduzir a velocidade do contágio. Esse distanciamento social e a possibilidade do contágio acentuam os sintomas relatados pelos clientes, como: tédio, frustração, estresse agudo, luto, sintomas depressivos e ansiogênicos, distresse, propensão ao suicídio, comportamentos violentos, Transtornos Mentais Comuns (TMC), abuso de substâncias psicoativas, psicose, predisposição ao pânico e estado de choque (Barros-Delben et al., 2020). Samantha Brooks et al. (2020) destacam ainda a presença de estresse agudo, medo de contágio, insônia, irritabilidade, depressão, ansiedade e estresse pós-traumático decorrentes dos contextos de distanciamento social e da quarentena na pandemia de COVID-19. Intervenções psicológicas necessitam ser direcionadas ao manejo desses sintomas, o que requer do psicólogo habilidades para amparar as pessoas na resolução de problemas diante de uma situação de crise e no manejo e controle das emoções (Barros-Delben et al., 2020).
Qualquer tipo de atuação profissional é constituída pelos comportamentos que os profissionais apresentam em suas intervenções. O conhecimento produzido na Análise Experimental do Comportamento pode ser útil para compreender e sistematizar tais intervenções. Isso porque comportamento, a partir de uma perspectiva analítico-comportamental, pode ser definido como um complexo sistema de relações entre o fazer de um indivíduo e o ambiente no qual esse fazer ocorre, referindo-se tanto ao ambiente existente (classes de estímulos antecedentes) quanto ao que é produzido como resultado desse fazer (classes de estímulos consequentes) (Botomé, 2001). No caso deste estudo, trata-se de identificar: (a) situações-problema com as quais os psicólogos lidam no que diz respeito às condições de saúde mental da população diante do contexto da pandemia (classe de estímulos antecedentes); (b) as ações/intervenções que o psicólogo necessita realizar diante dessas situações-problema (classe de respostas do profissional) e, por fim; (c) os resultados a serem produzidos a partir dessa intervenção (classe de estímulos consequentes), de modo a minimizar, diminuir ou até mesmo eliminar tais situações-problema.
“Classe” pode ser compreendida como um conjunto de eventos com propriedades semelhantes que compartilham uma mesma função (Catania, 1999). Conforme destacam Aline Rosa do Nascimento e Hélder Lima Gusso (2017), as ações de um organismo, assim como os estímulos do ambiente, nunca ocorrem exatamente da mesma forma quando se repetem. Apesar dessas variações, elas mantêm propriedades comuns e, por isso, podem ser consideradas parte de uma mesma classe. Por isso, quando identificamos, caracterizamos ou intervimos sobre comportamentos, nos referimos a classes (de comportamentos ou estímulos). Ao identificar classes de estímulos antecedentes, classes de respostas e classes de estímulos consequentes (componentes comportamentais) referentes a uma atuação profissional, torna-se possível propor classes de comportamentos a serem apresentadas por psicólogos no contexto de pandemia, visto que estas descrevem precisamente a relação a ser estabelecida entre o fazer profissional e o contexto em que tal atuação deve ser realizada.
Diversos estudos têm sido realizados com o objetivo de propor e/ou caracterizar classes de comportamentos constituintes da atuação de diferentes profissionais, derivando tais dados a partir da literatura e utilizando como base a Programação de Condições de Desenvolvimento de Comportamentos (PCDC) (Marcolini et al., 2022; Moskorz, 2011; Rotter, 2021). Tais estudos têm produzido maior clareza sobre os comportamentos constituintes de atuações profissionais específicas, facilitando a capacitação desses profissionais para resolverem situações-problema com as quais se deparam cotidianamente (e. g., realizar atendimento humanizado em contextos de saúde, caracterizar necessidades de intervenção em organizações).
A PCDC é uma área derivada da Análise Experimental do Comportamento que envolve diversas etapas e procedimentos para o ensino/desenvolvimento de comportamentos (Kienen et al., 2013). Uma das mais importantes diz respeito à proposição e à caracterização dos comportamentos que compõem determinado tipo de intervenção, como é o caso da intervenção de psicólogos para promoção da saúde mental em casos de pandemia. Tal etapa serve de base para várias outras etapas requeridas na capacitação profissional, tais como a elaboração de programas de ensino para desenvolvimento desses comportamentos, bem como a aplicação, avaliação e aperfeiçoamento desses programas (Kienen et al., 2013). Logo, a PCDC pode ser utilizada para propor comportamentos requeridos do psicólogo para promover saúde mental em pessoas envolvidas com a COVID-19 a partir da literatura, objetivo deste trabalho.
Realizamos uma pesquisa qualitativa documental descritiva, que envolve a descrição detalhada das características de um determinado fenômeno, com base em documentos (Lakatos e Marconi, 2003). Os documentos utilizados foram os fascículos publicados pela SBP, contendo orientações técnicas para a atuação do psicólogo no contexto de pandemia.
Utilizamos um protocolo para: registro dos trechos selecionados dos fascículos, identificação e derivação dos componentes comportamentais a partir desses trechos, para a redação dos nomes das classes de comportamentos e para avaliação e adequação da linguagem (ver Tabela 1).
Trecho selecionado da obra utilizada como fonte de informação |
Classe de Estímulos Antecedentes |
Classe de Respostas |
Classe de Estímulos Consequentes |
Classes de Comportamentos |
O burnout é uma condição reconhecida pela Portaria no 1.339 do Ministério da Saúde. Em um momento de crise, como a atual pandemia pelo COVID-19, relatos do estresse excessivo vivido por esses profissionais estão diariamente na mídia e em dados fornecidos por órgãos governamentais e de classe. Identificar esses comportamentos auxilia o psicólogo a escolher e a utilizar estratégias adequadas para o manejo do estresse. |
Burnout. Pandemia pelo Covid-19. Estresse excessivo. |
Identificar esses comportamentos auxilia o psicólogo a escolher e a utilizar estratégias adequadas para o manejo do estresse. Identificar os comportamentos relativos ao estresse excessivo. |
Promover habilidades de manejo efetivas para alívio dos sintomas. |
Identificar os comportamentos relativos ao estresse excessivo de modo a promover habilidades de manejo efetivas para o alívio dos sintomas. |
Tabela 1. Exemplo de procedimento realizado com um dos trechos no protocolo (Etapas 1, 2, 3, 4 e 5). ID 12
A coleta de dados foi realizada em oito etapas envolvendo identificação, derivação e nomeação de classes de comportamentos a partir da literatura e foi adaptada de outros trabalhos que envolveram proposição de classes de comportamentos profissionais com base na PCDC (Marcolini et al., 2022; Sahão e Kienen, 2020).
Etapa 1: Seleção de fontes de informação. Como fontes de informação, utilizamos 10 dos 11 fascículos disponíveis no site da SPB, com o propósito de identificar e derivar os comportamentos da atuação do psicólogo no momento de pandemia, reunidos em forma de informações técnicas (Almondes, 2020; Almondes e Teodoro, 2020; Alvarenga et al., 2020; Mello e Modesto, 2020; Miyazaki e Soares, 2020; Miyazaki e Teodoro, 2020; Peuker e Almondes, 2020; Peuker et al., 2020; Peuker e Modesto, 2020; ). Esses fascículos foram desenvolvidos por um grupo de trabalho constituído por profissionais da área de Psicologia, em conjunto com o CFP, sob coordenação da SBP. Após a leitura completa dos materiais, optamos por excluir o fascículo 1, por apresentar apenas informações de como compreender os demais fascículos. Esses materiais estavam organizados por tópicos (e. g., luto, conflitos familiares, violência doméstica) e foram selecionados por conterem descrições de componentes comportamentais (classes de estímulos antecedentes, classes de respostas e classes de estímulos consequentes) constituintes da atuação do psicólogo para prestar os atendimentos de promoção à saúde mental em pessoas envolvidas com a COVID-19.
Etapa 2: Identificação de trechos contendo componentes comportamentais. Realizamos a leitura integral dos materiais selecionados, com o objetivo de identificar os trechos que continham ao menos um componente comportamental em sua redação (ver Tabela 1).
Etapa 3: Transcrição dos trechos selecionados e registro dos componentes comportamentais. Transcrevemos integralmente os trechos selecionados na etapa anterior (n=70) para a primeira coluna do protocolo apresentado na Tabela 1, todos identificados com o fascículo em que se encontravam. Nos trechos, identificamos os componentes comportamentais, destacando-os em negrito na primeira coluna. Em seguida, registramos esses mesmos componentes nas colunas correspondentes, sem modificar a linguagem original.
Etapa 4: Derivação dos componentes comportamentais não especificados. Após o registro dos trechos e dos componentes comportamentais nos protocolos, realizamos a derivação de componentes, que consistiu em deduzir os componentes do comportamento que não estavam explícitos no trecho, com base naqueles que haviam sido identificados. Para derivá-los, utilizamos perguntas norteadoras como: “Quais situações requerem que o psicólogo promova saúde mental no contexto da pandemia? (referente à classe de estímulos antecedentes); “o que o psicólogo precisa fazer diante das demandas apresentadas?” (referente à classe de respostas); “que resultados a intervenção do psicólogo deve produzir?” (referente à classe de estímulos consequentes). Registramos todos os componentes derivados em itálico no protocolo.
Etapa 5: Redação dos nomes das classes de comportamentos. Após a derivação dos componentes, redigimos o nome das classes de comportamentos, considerando os três componentes comportamentais descritos: classe de estímulos antecedentes, classe de respostas e classe de estímulos consequentes. Tais nomeações foram feitas com base na noção de comportamento a partir da perspectiva analítico-comportamental, definida pela interação entre o fazer da pessoa e o ambiente, destacando a função desse fazer no ambiente. Essas nomeações constituem-se por verbo no infinitivo e um complemento representando, respectivamente, o fazer do psicólogo e o contexto desse fazer (ambiente antecedente e/ou consequente ao fazer).
Etapa 6: Avaliação da linguagem utilizada. Uma das pesquisadoras atuou como juíza, já familiarizada com o método e com o processo de identificação e derivação de comportamentos com base nas fontes de informação, e avaliou a linguagem utilizada na derivação de componentes comportamentais e na redação dos nomes das classes de comportamentos. Para realizar a avaliação da linguagem, a juíza utilizou os seguintes critérios: (a) objetividade: se havia referência a variáveis observáveis; (b) clareza: se a linguagem escolhida diminui a possibilidade de interpretações ambíguas; (c) precisão: se as expressões e os verbos utilizados especificam suficientemente a abrangência do comportamento; (d) concisão: se o texto apresentou apenas as palavras necessárias para a compreensão (De Luca, 2013).
A juíza avaliou todos os trechos identificados, e para cada classe de comportamento proposta, indicou se havia algum problema em relação aos critérios pré-estabelecidos. Nesses casos, indicou qual era o problema e sugeriu uma possível modificação no nome da classe de comportamentos.
Etapa 7: Adequação de linguagem. Após a avaliação realizada pela juíza na etapa 6, ajustamos a linguagem dos componentes e das classes de comportamento que não estavam de acordo com os critérios estabelecidos. As frases consideradas em desacordo foram tachadas e substituídas por novas nomenclaturas, mais objetivas, claras, precisas e concisas. Em seguida, os dados foram novamente submetidos à avaliação, sendo aprovados pela juíza. Todas as sugestões foram discutidas pelas pesquisadoras, que juntas entraram em consenso sobre a nomeação das classes de comportamento propostas.
Etapa 8: Listagem e categorização das classes de comportamentos. Na última etapa, elaboramos uma lista com as classes de comportamento obtidas como resultado das etapas anteriores, com a finalidade de identificar se existiam classes de comportamentos semelhantes, e depois decidimos pela exclusão ou união de classes de comportamentos que se complementavam. A lista foi elaborada com base na ordem dos fascículos, nos trechos descritos no protocolo e de modo a facilitar a identificação dessas classes.
No final do procedimento, obtivemos 227 classes de comportamentos, as quais foram organizadas de acordo com as suas funções, em 11 categorias. Essa organização possibilitou descrever um conjunto de ações necessárias ao psicólogo para promover saúde mental em pessoas envolvidas com a COVID-19, conforme apresentado na Figura 1.
As categorias com as maiores quantidades de classes de comportamentos, conforme apresentado na Figura 1, foram, respectivamente: “Elaboração de estratégias” (n=81), “Descrição da importância do engajamento do cliente” (n=35) e “Avaliação do caso” (n=27). Já as categorias que contemplaram as menores quantidades de classes de comportamentos foram: “Solicitação de relatos” (n=5), “Reforçamento de comportamentos adequados” (n=6), “Identificação de comportamentos-problema” (n=7) e “Identificação de fatores relacionados aos sintomas” (n=7).
Na Tabela 2 apresentamos uma amostra das classes de comportamentos identificadas a partir dos fascículos examinados, conforme as 11 categorias propostas, organizadas em quatro conjuntos, para melhor visualização dos resultados: (a) Identificação de fatores importantes para a intervenção em contexto de pandemia; (b) Descrição da importância do engajamento do cliente e psicoeducação em contexto de pandemia; (c) Elaboração de estratégias no contexto de pandemia; e (d) Cuidados ético-profissionais no contexto de pandemia.
‘Identificação de fatores importantes para a intervenção em contexto de pandemia’ |
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‘Descrição da importância do engajamento do cliente’ e ‘psicoeducação’ em contexto de pandemia |
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‘Elaboração de estratégias’ no contexto de pandemia |
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‘Cuidados éticos-profissionais’ no contexto de pandemia |
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Tabela 2. Amostra de classes de comportamentos a serem apresentadas pelos psicólogos no contexto de pandemia, identificada a partir dos fascículos examinados
Com relação ao primeiro conjunto, os dados nos possibilitam identificar que, dentre os fatores importantes para a intervenção em contexto de pandemia, são requeridos tanto comportamentos relativos à avaliação do caso quanto à identificação de fatores relacionados aos sintomas e aos comportamentos-problema do cliente. O psicólogo é requerido, por exemplo, a identificar a possibilidade de ação do cliente para enfrentar as dificuldades em momento de pandemia; identificar sintomas relacionados ao estresse de modo a tratá-lo precocemente; identificar ambientes estressores para o cliente; avaliar comportamentos autolesivos e evocar relato sobre os medos relacionados ao contexto de pandemia, de modo a conhecer as dificuldades apresentadas pelo cliente, para intervir de maneira objetiva e eficaz.
No segundo conjunto, descrevemos classes de comportamentos a serem apresentadas pelo psicólogo no que se refere às categorias “Descrição da importância do engajamento do cliente” e à “Psicoeducação”. Os dados classificados nessas categorias mostram que as intervenções do psicólogo podem envolver clientes em geral e/ou seus filhos, assim como clientes em condições específicas (e. g., vítimas de violência doméstica), demonstrando uma variedade de públicos-alvo com os quais o profissional poderá intervir. Para promover o engajamento do cliente, identificamos comportamentos tais como “descrever a importância de buscar suporte social de modo a estabelecer uma rede de apoio” e “descrever para os pais a importância de ensinar os filhos a lidar com situações frustrantes de forma eficiente”. Dentre os comportamentos que constituem a “Psicoeducação”, destacamos buscar informações com o cliente sobre suporte social e fornecer informações sobre ciclos de violência para que a vítima possa identificá-la.
O terceiro conjunto refere-se à categoria “Elaboração de estratégias no contexto de pandemia” e é a que contém a maior quantidade de classes de comportamentos, dentre todos aqueles identificados a partir dos fascículos examinados. As classes de comportamentos relativas a essa categoria envolvem manejo de diversos aspectos, tais como: acolhimento do cliente, risco à vida, resolução de conflitos, redes de apoio, o que indica uma ampla variedade de estratégias com as quais o psicólogo deverá ser capaz de lidar para intervir em contexto pandêmico.
Por fim, o quarto conjunto contém os comportamentos referentes a “Cuidados ético-profissionais no contexto de pandemia”. Para atuação profissional, além dos comportamentos importantes para qualquer tipo de atuação do psicólogo (e. g., atuar conforme o código de ética e manter em sigilo as informações sobre os clientes que procuram assistência), observamos também comportamentos relacionados a cuidados com o atendimento on-line, assim como a atualizações constantes tanto de resoluções que tratam de atendimentos desse tipo, quanto de modalidades de intervenções em crise, aspectos esses mais diretamente voltados ao contexto de pandemia.
Os resultados obtidos indicam, de modo geral, que a atuação esperada do psicólogo para promover saúde mental em contexto de pandemia constitui-se de intervenções psicoterápicas breves e/ou intervenções psicoeducativas. Essas intervenções podem promover a autonomia do indivíduo por meio da relação de acolhimento e vínculo, o que auxilia no enfrentamento das situações adversas do contexto de pandemia (Jorge et al., 2011). Esse repertório parece ser especialmente importante nesse contexto, visto que a pandemia é uma condição de longa duração e com situações que, muitas vezes, não podem ser controladas pelo cliente. Além disso, muitas pessoas podem não ter condições para se manter no processo psicoterapêutico por um longo período, o que parece aumentar a importância de intervenções psicoterápicas breves que viabilizem estratégias para lidar com tais situações sem o auxílio prolongado do psicólogo.
Em um contexto de pandemia, os psicólogos precisam ser capazes de desenvolver em seus clientes um repertório que os auxilie não apenas a lidar com sentimentos advindos de situações específicas, mas também a lidar com situações diversas que podem surgir. Para isso ser possível, comportamentos relativos à promoção de engajamento do cliente no processo de intervenção, à avaliação da condição do cliente e da relação dessa condição com o contexto de pandemia, ao uso de estratégias para lidar com situações típicas decorrentes desse contexto (risco à vida, resolução de conflitos, apoio social etc.), à necessidade de manter-se atualizado tendo acesso a informações de boa qualidade, fundamentadas cientificamente, é fundamental. A pandemia atingiu diversas esferas da vida a partir do fechamento das escolas, de empresas e lugares públicos, gerando a presença das crianças em tempo integral em casa, modificando a rotina delas e produzindo alterações na reorganização familiar com as pessoas trabalhando em casa (Zwielewski et al., 2020). Esses fatores também trouxeram desafios para a intervenção do psicólogo. Conforme os dados que analisamos, foi possível perceber a necessidade de o profissional ser capaz de identificar e propor estratégias de intervenção em relação a uma ampla gama de fenômenos, tais como violência doméstica, orientação de pais para manejo comportamental dos filhos, orientações sobre home office e home schooling etc. (Alvarenga et al., 2020; Mello e Modesto, 2020; Zwielewski et al., 2020).
A ênfase em comportamentos relativos a estratégias de intervenção em detrimento de comportamentos referentes à avaliação do caso, observada a partir dos dados que analisamos, pode fazer com que o psicólogo se concentre apenas na aplicação de técnicas para manejar queixas específicas apresentadas pelo cliente. Com isso, há o risco de o profissional deixar de realizar uma análise funcional para avaliar essas queixas e compreender a função do comportamento no contexto de pandemia, de maneira a propor estratégias de intervenção que tenham como foco as variáveis determinantes dos problemas enfrentados. Na avaliação do caso, o psicólogo deverá estar atento aos principais sintomas decorrentes de um momento de crise, como: o estresse agudo, sintomas depressivos e ansiogênicos, o luto, comportamentos violentos, ideação suicida, abuso de substâncias, aumento de sintomas dos Transtornos Mentais Comuns e a predisposição ao pânico e ao estado de choque (Barros-Delben, 2020). A avaliação do caso também permite que o profissional conheça as limitações e dificuldades que o cliente possui na sua rotina, possibilitando a construção de novas estratégias, e se necessário, encaminhamentos. Na conclusão do caso, o psicólogo necessita avaliar se o cliente possui autonomia para prosseguir sozinho, uma vez que a autonomia é fundamental para que o indivíduo construa a sua trajetória de vida por meio das suas ações e possibilidades (Jorge et al., 2011). Para além da aplicação de estratégias de intervenção, é fundamental que o profissional esteja capacitado a realizar avaliações constantes da condição emocional/mental do cliente e das variáveis presentes no ambiente (inclusive aquelas especificamente relacionadas à situação de pandemia) e que produzem tal condição. Isso possibilitará melhor manejo da intervenção, assim como adaptação das estratégias de intervenção sempre que necessário. Comportamentos relativos a essa avaliação ainda necessitam ser melhor sistematizados, já que os fascículos consultados nesta pesquisa não possibilitaram exame mais aprofundado a respeito deles.
Os dados obtidos indicam, ainda, que a atuação do psicólogo não se limita à elaboração e aplicação de estratégias de intervenção, mas envolve também o desenvolvimento de competências e fortalecimento de habilidades pessoais do próprio psicólogo e de seus clientes, para que o profissional possa auxiliar a enfrentar adversidades e vulnerabilidades individuais (Leandro-França e Murta, 2014), assim como as situações-problema características do contexto de pandemia. Tais competências e habilidades são fundamentais no processo de resiliência, na tomada de decisão e no senso de autonomia, fortalecendo assim a sensação de bem-estar do indivíduo que é capaz de resolver situações-problema cotidianas de maneira satisfatória (Franco e Rodrigues, 2014). Quanto à intervenção para promoção de saúde mental nas pessoas afetadas pela pandemia, especificamente, identificamos a relevância de o profissional promover o desenvolvimento de comportamentos relativos à resolução de conflitos, manejo de fatores estressores decorrentes do isolamento social, desenvolvimento de relações íntimas, enfrentamento do luto, identificação de informações confiáveis sobre contágio, elaboração de planos para o futuro pós-pandemia, identificação de situações de violência doméstica, estabelecimento de uma rede de apoio, entre outros.
Outro aspecto da atuação do psicólogo a ser destacado refere-se aos cuidados ético-profissionais. Identificamos alguns cuidados básicos comuns a qualquer intervenção psicológica, tais como a necessidade de que o profissional organize os dados do cliente, de modo a garantir o sigilo e a segurança das informações, e de que atue conforme o código de ética e planeje a sessão, preparando o ambiente de atendimento, de forma a evitar imprevistos, como interrupções. O atendimento baseado na ética profissional visa fundamentalmente utilizar os conhecimentos psicológicos com o objetivo de proporcionar o bem-estar do cliente (Peuker e Almondes, 2020; Sociedade Brasileira de Psicologia, 2020). Além desses cuidados comuns, também identificamos alguns mais relacionados ao contexto de pandemia, como manter-se informado e atualizado sobre formas de atuação, o que pode reduzir os impactos negativos da doença na saúde mental e no sofrimento das pessoas, além de aumentar a efetividade do tratamento psicoterapêutico (Peuker e Almondes, 2020). A pandemia trouxe uma série de situações-problema com as quais a população nunca precisou lidar, como isolamentos sociais por longos períodos, formas de proteção do contágio do vírus e informações sobre o contágio, e essas informações estão em constante atualização. Manter-se atualizado em relação a essas informações é fundamental para que o psicólogo identifique fatores que podem afetar diretamente os seus clientes no que se refere à saúde física e mental.
A presente pesquisa mostrou-se relevante devido à importância e atualidade da temática no contexto da saúde mental, assim como pela escassez de estudos sobre comportamentos constituintes da intervenção do psicólogo para promover saúde mental em pessoas envolvidas com a COVID-19. A maior parte dos estudos encontrados explicita dificuldades a serem enfrentadas pelo psicólogo neste contexto, mas não descreve, de maneira clara e objetiva, o que ele deverá ser capaz de fazer diante dessas dificuldades para promover a saúde mental dos envolvidos.
O contexto de pandemia apresenta diversas situações novas e adversas que estão em constante mudança, o que pode gerar incertezas e sofrimento na população. Os dados obtidos demonstram a importância de o psicólogo não restringir sua intervenção à elaboração ou aplicação de estratégias, mas concomitante a isso, ser capaz de avaliar as condições específicas do contexto de pandemia e que produzem tais incertezas e sofrimentos de modo a promover intervenções que efetivamente promovam a saúde mental da população.
Os dados possibilitaram operacionalizar os comportamentos requeridos dos psicólogos para promover saúde mental em pessoas envolvidas com a COVID-19. Essa operacionalização contribui para a elaboração futura de materiais didáticos, manuais, cartilhas e treinamentos para auxiliar os profissionais a enfrentarem situações de pandemia ou similares. Além disso, a partir dos resultados encontrados e, com base na PCDC, referencial utilizado neste trabalho, é possível também a elaboração de programas de ensino para desenvolvimento dessas classes de comportamentos, bem como a aplicação, avaliação e aperfeiçoamento desses programas por meio da identificação e caracterização das classes de comportamentos, podendo constituir uma intervenção adequada do profissional psicólogo (Kienen et al., 2013).
Com base nas informações obtidas a partir deste estudo, psicólogos que já estão atuando na promoção de saúde mental no contexto de pandemia poderão identificar como lidar com as situações-problema identificadas por eles no atendimento, além de ter maior clareza sobre quais informações devem obter com seus clientes ao longo do atendimento, a fim de elaborar estratégias mais diretivas às situações do contexto de pandemia. Além disso, os resultados podem servir como fonte de informação para psicólogos que irão capacitar outros psicólogos a atuar neste contexto, ou para estarem preparados a lidar com outras pandemias e situações de crises que possam surgir.
Este estudo possui algumas limitações, como a quantidade de materiais desenvolvidos ao longo da pandemia, que não foram incluídos neste procedimento, e também o recorte feito para inclusão apenas de fascículos da SBP. Sugerimos que novas pesquisas utilizem outras fontes de informação, inclusive artigos científicos e cartilhas elaboradas para situações mais específicas. Além disso, pesquisas adicionais podem ser desenvolvidas para produzir mais conhecimento científico sobre tais situações, como por exemplo, os efeitos da quarentena de longo prazo para a população, programas de manejo de fatores estressores e programas de capacitação para psicólogos realizarem atendimentos breves com foco no desenvolvimento de autonomia e resiliência. São pesquisas essenciais para complementar os achados, podendo servir de base para discutir e sugerir novas formas de promoção de saúde mental em momentos de pandemia.
Almondes, Katie Moraes de (2020). Manejo das alterações de sono no contexto de enfrentamento da COVID-19. Sociedade Brasileira de Psicologia. http://www.sbponline.org.br/arquivos/To%CC%81pico_8_Por_v%C3%A1rias_raz%C3%B5es,_a_pandemia_pode_estar_tirando_o_sono_das_pessoas._O_T%C3%B3pico_8_orienta_sobre_o_manejo_das_altera%C3%A7%C3%B5es_de_sono_pela_psic%C3%B3loga(o)_.pdf
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THAYNÁ KRUEGER
Mestranda em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).
krueger.thayna@uel.br
https://orcid.org/0000-0001-8319-5672
FERNANDA TORRES SAHÃO
Doutoranda e mestra em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professora colaboradora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e professora da Universidade Positivo Londrina. Produz conteúdo de divulgação científica na página @cientistasemjaleco.
ftsahao@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-7992-5086
NÁDIA KIENEN
Doutorado e mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) (2008). Pós doutorado pela University of Alabama at Birmingham (2017). Professora associada da Universidade Estadual de Londrina, atuando no Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento e no Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento.
nadiakienen@uel.br
https://orcid.org/0000-0003-2179-3700
FINANCIAMENTO
O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
FORMATO DE CITACIÓN
Krueger, Thayná; Sahão, Fernanda Torres & Kienen, Nádia (2023). Comportamentos requeridos do psicólogo para promover saúde mental durante a pandemia de COVID-19. Quaderns de Psicologia, 25(3), e1918. https://doi.org/10.5565/rev/qpsicologia.1918
HISTORIA EDITORIAL
Recibido: 27-02-2022
1ª revisión: 28-11-2022
Aceptado: 14-01-2023
Publicado: 05-12-2023